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Dólar barato motiva importação de autopeças
Eric Fujita
Enviado especial a Gramado (RS)
02/04/2006 | 09:27
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A indústria automobilística brasileira aumentará a importação de autopeças e de veículos neste ano, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Para a entidade, esse é um caminho natural em meio à atual situação do câmbio, já que as montadoras querem transformar o que antes era problema numa aliada na redução de custos de produção de veículos e na melhoria da rentabilidade no mercado interno.

A avaliação foi feita sábado pelo presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb, durante o lançamento oficial da nova picape F-250, da Ford, ocorrido em Gramado (RS). Segundo ele, as fabricantes buscam vantagens nessas operações para se manter mais competitivas. Na prática, as companhias pretendem inverter suas operações, após a perda de rendimento das exportações de carros em razão do forte recuo da moeda norte- americana.

"As montadoras se preocupam com a competitividade e já enxergam uma boa perspectiva ao procurar mais importação de autopeças", comentou Golfarb, que também é diretor de Assuntos Corporativos e de Comunicação da Ford.

A análise do presidente da Anfavea segue uma tendência adotada em algumas fabricantes de carros sediadas no Grande ABC. A General Motors incrementou as importações de algumas autopeças. Entre esses itens, destacam-se bombas e tanques de combustível, pneus, além de outros componentes. No entanto, a marca não adiantou de quanto será esse crescimento das importações.

Numa tentativa de descobrir quais países têm os preços mais competitivos, a GM iniciou um levantamento nos lugares onde os custos de produção são mais baixos em relação ao Brasil. A marca indicou que o estudo já é feito em três mercados: Europa, México e Egito.

Além disso, a empresa pensa em trazer do México a picape Avalanche e até o Classic (antigo Corsa Sedã) da fábrica de Rosário, na Argentina. O último modelo é feito em São Caetano para o mercado brasileiro.

A Volkswagen pegou carona nesse contexto e também importará do México o sedã Jetta. A montadora estuda ainda a possibilidade de receber um volume maior de peças do exterior. Para isso, realiza reuniões mensais com os fornecedores de olho nessa situação. E a Ford trará o sedã Fusion.

  

Exportações – Por outro lado, Golfarb reiterou que as exportações perderam fôlego, apesar de registrar aumentos recordes no primeiro bimestre. Segundo ele, o nível de crescimento das vendas para o exterior está em 16% neste ano. Em 2004 e 2005, os percentuais eram de 56,8% e de 45,8%, respectivamente.

"O câmbio continua pressionando de forma negativa no caso das exportações. E a tendência é continuar desta maneira se o preço do dólar continuar no mesmo patamar", comentou. O presidente da Anfavea preferiu manter as projeções da entidade, de um incremento de 2% no envio de carros para fora do país em 2006 na comparação com o ano passado.

(O repórter viajou a convite da Ford)




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