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Ecosama está prestes a trocar de mãos
Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
15/11/2007 | 08:09
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A Ecosama (Empresa Concessionária de Saneamento de Mauá), do empresário Zuleido Veras, está à venda. A transação vinha sendo mantida em sigilo pelos envolvidos. Mas, quarta-feira, foi confirmada pelo diretor-geral da empresa, Dagoberto Antunes da Rocha.

Entre os interessados está a Construtora Odebrecht. A empresa não confirma. Também há comentários de que empresários da cidade poderiam formar um consórcio para adquiri a Ecosama. A venda pode ser concluída ainda neste ano.

“Existe sim essa negociação. Com todo esse problema envolvendo o Zuleido (leia abaixo), a Gautama tem tido dificuldades de investimentos na Ecosama”, revela Dagoberto.

Ele não quis afirmar se a Construtora Odebrecht o procurou. “O que posso dizer é que há pouco tempo recebi a visita de diretores da Bradesco Investimentos, mas eles não informaram o cliente que estavam representando.”

Dagoberto alega não saber quanto vale a Ecosama, mas informa o capital social: “Está avaliado em aproximadamente R$ 9 milhões”. Segundo o TCE, a empresa teve um lucro líquido de R$ 6,9 milhões desde a sua criação. No mês passado, o órgão determinou a devolução desses recursos, por ter superfaturado a taxa de esgoto.

A empresa está sob intervenção da Prefeitura desde maio, após vir à tona o escândalo envolvendo Zuleido Veras, acusado pela Polícia Federal de chefiar esquema de fraudes de licitações em vários Estados, por meio de sua outra empresa, a Construtora Gautama. Ele chegou a ficar 13 dias preso em Brasília, por conta da Operação Navalha.

Inidônea - Em julho, a CGU (Controladoria-Geral da União) considerou a Gautama inidônea, o que a impede de participar de licitações. Mesmo assim, o diretor-geral da Ecosama não acredita que isso possa atrapalhar a venda. “Não tem nada a ver. O Zuleido é um acionista e está vendendo suas ações.”

O advogado Eduardo Nobre, especialista em Direito Público, confirma que a negociação é legalmente possível. “Apesar da decisão do TCE, não há impedimento para que a empresa mude de mãos.”

Com a venda, Dagoberto admite que não ficará mais no comando da empresa em Mauá. “Aí eu saio. Vou descansar.” Ele não revela, porém, o futuro dos 160 funcionários da concessionária.

Em 10 de janeiro de 2003, Zuleido assinou contrato de concessão do serviço de água e esgoto com o então prefeito de Mauá Oswaldo Dias (PT). O valor é de R$ 1,6 bilhão, com duração de 30 anos. A licitação foi vencida pela Gautama e, somente depois, Zuleido criou a Ecosama.

No início da noite, a assessoria do empresário informou que ele nega a existência de qualquer negociação para vender a empresa.



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