Parlamentar de Sto.André formaliza processo por desfiliação do PT; espaço na legenda surgiu com desligamento de Ailton Lima
O vereador Eduardo Leite, de Santo André, ingressou oficialmente com ação judicial, no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), requerendo sua desfiliação do PT, conforme antecipou o Diário. A medida foi formalizada justamente na data que encerrou o período de dois meses de suspensão das atividades partidárias – sanção adotada contra ele pela executiva municipal do petismo. O parlamentar, que atualmente exerce o terceiro mandato na Câmara, registrou como justificativas perseguição política e grave discriminação pessoal no processo com vistas a obter eventual aval judicial para deixar a sigla sem correr risco de perder o mandato.
Os motivos apontados na peça estão entre as alegações fixadas pela Justiça Eleitoral como justa causa para evitar a perda do cargo eletivo. Eduardo sofreu a punição após não se retratar de entrevista concedida ao Diário na qual fez elogios à condução do governo do prefeito Paulo Serra (PSDB) durante a pandemia de Covid-19. Antes deste episódio, o petista teve advertência pública de dirigentes do PT foi quando decidiu compor a mesa diretora do Legislativo – ocupa o posto de primeiro secretário -, tendo o tucano Pedrinho Botaro na presidência. O cenário gerou desgaste a ele junto ao partido.
O petista utilizou as suas redes sociais para confirmar o pedido de autorização judicial para deixar o PT. "Uma decisão difícil, mas que se fez inevitável diante das punições a mim impostas pelo partido, que, ao meu ver, são injustas, desproporcionais e desprezam toda a minha história de militância", sustentou Eduardo, filiado ao partido há quase 30 anos e que tem relação também familiar - seu pai, Antônio Leite, foi vereador por quatro mandatos, além de secretário municipal em Santo André. "Nosso mandato seguirá empenhado em ajudar a nossa cidade a enfrentar a pandemia e os desafios que teremos pela frente, sempre com bom senso e diálogo, de maneira firme e responsável", emendou.
Eduardo tende a se manter filiado ao PT até o julgamento da ação. Com o avanço da movimentação pela saída do partido, o vereador, contudo, se aproxima do PSB, tendo pretensão de se colocar na campanha majoritária de 2024 - o espaço na agremiação surgiu com o desligamento do ex-prefeiturável Ailton Lima, que deixou a legenda no fim do mês passado. Aliados de primeira hora do parlamentar devem realizar reunião na próxima semana junto à cúpula estadual para definir o rumo. Isso porque existem tratativas adiantadas para que integrantes de seu grupo possam compor uma nova comissão executiva municipal nas fileiras socialistas.
O PSB já estaria, portanto, apalavrado à espera para acertar o ingresso com respaldo a Eduardo, em que pese ele tenha recebido sondagens recentes do PSD, PDT, Avante, MDB e PCdoB. O parlamentar se esquivou, no entanto, sobre se posicionar a respeito da futura 'casa'. “Neste momento, preciso seguir etapas. A primeira é resolver como lidar com essa situação imposta pela direção (local), que discordo da forma, proporção e do processo construído. Mas meu caminho sempre foi e será o do campo da esquerda.”
PROCESSO
Presidente do PT de Santo André, Antônio Padre rechaçou ter havido perseguição contra Eduardo. Segundo ele, o vereador retoma direitos partidários depois de cumprir prazo de 60 dias de suspensão. “Jamais iríamos incorrer em atitude de perseguição. Seguimos o que rege o estatuto. A partir disso, volta ao normal. Teremos, inclusive, reunião de planejamento no dia 19, na qual vamos discutir ações da nossa bancada”, afirmou o dirigente, ao acrescentar que considera difícil hipótese de acordo para desligamento amistoso. “Não vejo possibilidade imediata de acordo. Entendemos que o mandato é, prioritariamente, do partido, e não da liderança que participa do processo (eleitoral).”
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