Política Titulo Mobilidade
Fora do traçado, Diadema busca entrar na rota do futuro BRT

Município, que foi excluído do itinerário do modal, diz que aguarda por reunião com Baldy

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
08/06/2021 | 00:53
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André Henriques/ DGABC


O governo do prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior (PT), anunciou ontem que reivindicará junto ao governo do Estado a inclusão do município na rota do BRT (ônibus de alta velocidade, na sigla em inglês), que ligará três cidades da região à Capital. O modal foi apresentado oficialmente aos prefeitos do Grande ABC no mês passado, mas o projeto inclui estações apenas em Santo André, São Bernardo e São Caetano.

Ao Diário, o secretário de Transportes de Diadema, José Evaldo Gonçalo, informou que aguarda por reunião com o secretário estadual Alexandre Baldy (Transportes Metropolitanos) para debater o assunto. O chefe da pasta admite que o município possa ter ficado de fora dos planos do Palácio dos Bandeirantes em decorrência de ausência do plano municipal de mobilidade urbana (leia mais abaixo).

“Não sabemos se (ficou de fora do BRT) exatamente por falta desse plano, mas nesses últimos oito anos, independentemente de quem governou a cidade nesse período, o município relegou a importância da mobilidade e ficou isolado. Diadema sequer participava dos fóruns, não integrava o GT (Grupo de Trabalho) do Consórcio Intermunicipal”, explicou, ao emendar que a falta do documento impede a cidade de brigar por projetos externos da área. “Por não ter esse plano, a cidade está impedida de pleitear recursos externos, seja aos governos federal ou estadual ou (a organismos) internacionais”, disse o secretário, em crítica velada à gestão do ex-prefeito Lauro Michels (PV).

O BRT surgiu como substituto da extinta Linha 18-Bronze do Metrô, cujo contrato chegou a ser assinado em 2014 pelo então governador Geraldo Alckmin (PSDB), mas que nunca saiu do papel – esbarrou em falta de investimentos externos para bancar o início das intervenções, em especial as desapropriações. A primeira vez que o BRT foi citado oficialmente foi em julho de 2019.

Orçado recentemente em cerca de R$ 860 milhões, o modal começará a ser implementado no mês que vem, segundo o Estado. A Metra, que já opera as linhas de trólebus do chamado Corredor ABD (que corta Diadema), será a responsável por operar o futuro BRT pelo período de 25 anos. A empresa, inclusive, ficará responsável pelas obras e pelo processo de desapropriações de imóveis que estão no traçado do projeto.

Ao todo, o Grande ABC será contemplado com estações em São Bernardo (Metrópole; Aldino Pinotti; Abrahão Ribeiro; Afonsina; Rudge Ramos; Senador Vergueiro; Winston Churchil; e Vila Vivaldi); em Santo André (Fundação do ABC) e em São Caetano (Instituto Mauá; Vila Império; Jardim São Caetano; Estrada das Lágrimas; Cerâmica; CEU Meninos; Goiás; e Almirante Delamare).

Segundo Evaldo, o pedido de reunião com Alexandre Baldy foi feito no dia 20, quando o secretário apresentou detalhes do modal ao lado do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) aos prefeitos da região. Atualmente, a ligação de Diadema com a Capital (Zona Sul) é feita por meio do Corredor ABD – até a Linha 1-Azul do Metrô (Estação Jabaquara).

Governo engata plano B por integração

O secretário de Transportes de Diadema, José Evaldo Gonçalo, confirmou ao Diário que o município vai engatar plano B para cumprir a promessa de findar com a cobrança da integração nos terminais de Diadema: construção de outros terminais. Os projetos serão incluídos no plano municipal de mobilidade urbana, que está em elaboração e cuja coleta de sugestões iniciou ontem.

O Diário já havia relevado que o governo do prefeito José de Filippi Júnior (PT) buscou negociar com a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) o fim da taxa da integração nos terminais do Centro e Piraporinha – propôs, inclusive, assumir a gestão das estações como forma de abater eventuais prejuízos financeiros com o fim da tarifa. Contudo, não houve acordo. “O governo do Estado tem ampliado os poderes da Metra. Nesse sentido, a EMTU já tinha pouca influência e o diálogo ficou menor ainda, além da questão da extinção da empresa. A EMTU está vivendo uma crise existencial. Então, a discussão que a gente tem feito é a construção de outros terminais. Isso tudo vai estar no plano, que contemplará a integração (gratuita) e a reestruturação das linhas municipais”, disse.

Segundo o secretário, a formulação do plano de mobilidade urbana do município seguirá seis eixos: mobilidade de pedestres; ciclística; transporte e circulação de cargas; trânsito (que engloba, por exemplo, a redução de acidentes); transporte público; e aplicativos e outros modais (como transporte individual e escolar).




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