O aumento do número de cheques devolvidos fez o BC (Banco Central) divulgar ontem proposta de nova regulamentação desse meio de pagamento. A intenção é dar mais segurança ao comerciante e reduzir as fraudes. Uma das ideias é estabelecer prazo de validade para as folhas, que só poderiam ser usadas pelo cliente até um ano após a impressão do talão, que passaria a ter a data de confecção.

Dados do BC mostram que 7,3% dos cheques depositados nos 12 meses anteriores a julho não foram compensados por motivos como fraude, roubo ou ausência de fundos. O percentual é superior ao observado historicamente. Em 2008, a média foi de 6,8% e há dez anos, em 1998, de 2,7%. Para reverter a situação, o BC quer dificultar o uso dos talões por fraudadores. "Os números acenderam a luz amarela", disse o chefe do Departamento de Normas da instituição, Sergio Odilon dos Anjos.

Uma das maiores fontes de matéria-prima para os fraudadores são os cheques entregues pelos Correios. Geralmente, chegam à casa do cliente e são desbloqueados automaticamente quando a primeira folha é depositada.

Essa regra permite que talões roubados ou extraviados sejam usados por criminosos sem que o cliente tome conhecimento. Para evitar essa situação, o BC quer obrigar os consumidores a fazer, pessoalmente ou por telefone, o desbloqueio das folhas.