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Canalização do Apiaí vira pesadelo
Por Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
23/01/2006 | 07:49
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A novela em que se transformou a canalização do córrego Apiaí, nos fundos da avenida Carijós, na Vila Helena, em Santo André, deveria ter sido encerrada em novembro do ano passado. Pelo menos era isso que estava previsto no cronograma inicial da Prefeitura. Mas a obra, reivindicação antiga dos moradores do bairro, se tornou um pesadelo. Deslizamento de encostas próximas ao córrego, esgoto correndo a céu aberto, pilhas de entulho são apenas alguns dos problemas identificados no canteiro de obras.

"Tinham duas placas que falavam quando iriam terminar isso aqui, mas arrancaram tudo e levaram embora", afirmou o motorista aposentado Ademir Alves Cruz, 54 anos. Ele mora na rua Solimões, que dá fundos para o córrego Apiaí. No fim do ano passado, quase teve sua casa engolida pela erosão da margem do caminho d'água. "Colocaram umas estacas de eucalipto para dar uma segurada, o que melhorou. Pelo menos a terra parou de cair com a chuva", disse Alves Cruz.

Tão grave quanto o drama dos moradores da rua Solimões é o problema que está sendo enfrentado pelos comerciantes da avenida Carijós, que faz fundos com a margem oposta do córrego Apiaí. Nas obras de canalização, o curso d'água foi alterado. O mesmo não ocorreu com a rede de esgoto doméstico das construções da Carijós, que caem diretamente no córrego. Desde o mês passado, a tubulação despeja os resíduos no canteiro de obras da canalização.

Várias valas de esgoto foram abertas no chão de terra batida. O volume de dejetos é tamanho que a terra não consegue absorvê-los. Os buracos, alguns com cerca de 3 m², se transformaram em pequenas piscinas de água suja. O mau cheiro torna insuportável a permanência no local. Segundo o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) serão construídos ramais para levar o esgoto até o córrego que hoje cai no canteiro de obras.

Há um projeto da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) para estender um coletor tronco para levar o esgoto doméstico até a estação de tratamento em São Caetano, mas a previsão é de que as obras sejam realizadas somente entre 2008 e 2009. Ainda de acordo com o Semasa, as estacas que sustentam as margens de um trecho do córrego são provisórias, mas a canalização dessa faixa ainda depende de aprovação da comunidade, o que será discutido nas reuniões do Orçamento Participativo deste ano.

Já a conclusão das obras depende da desapropriação de uma oficina mecânica que está há 30 anos instalada na avenida Carijós. O processo está na Justiça e não há previsão para conclusão. Enquanto isso, operários da Emparsanco, empreiteira que está tocando a obra, estão de férias. O último dia de trabalho foi em 19 de dezembro e o retorno ocorreria na semana passada.




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