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Ambulâncias do Samu param em Mauá

Serviço de urgência tem quatro unidades para atender 618 mil pessoas, 25% da população regional

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
13/11/2018 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 Ao menos cinco ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de Mauá estão paradas por falta de condições de uso. Com isso, o atendimento de emergência de população de 618 mil pessoas, o correspondente a um quarto dos moradores do Grande ABC, é feito por quatro veículos, sendo dois improvisados de outros departamentos. Mauá também é responsável pelo atendimento em Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

A equipe do Diário esteve na central do Samu, na Rua Romano, Vila Ana Maria, ontem, e constatou ambulâncias estacionadas, com placas indicativas de que estão fora de funcionamento. O contrato com a empresa responsável pela manutenção de todos os veículos à diesel da frota municipal, inclusive as ambulâncias, se encerrou em 8 de agosto. Conforme o portal da Transparência da Prefeitura, a empresa Retífica de Motor Vidro Ltda., cuja sede é na Vila Maria, em São Paulo, ainda tem a receber R$ 44 mil da administração mauaense.

Segundo fontes do próprio Samu, a situação de trabalho dos profissionais vem se deteriorando nos últimos anos. A situação, segundo eles, foi acentuada neste ano. Vale lembrar que em 6 de julho a vice-prefeita e então prefeita interina Alaíde Damo (MDB) assinou decreto de calamidade financeira, que congelou os gastos e reduziu serviços municipais. O documento foi revogado em outubro pelo prefeito Atila Jacomussi (PSB), que reassumiu o cargo após ficar quatro meses afastado. O socialista foi preso em junho, em operação da Polícia Federal que apurava desvios de recursos na compra de merenda e material escolar.

Atualmente, quatro ambulâncias estariam rodando, sendo duas de atendimento avançado e outras duas básicas. A equipe do Diário apurou que chamados já têm sido rejeitados. Fonte do Samu explicou que os dois veículos básicos rodam com problemas – um está com a porta quebrada e o outro não comporta prancha para transporte de pacientes (o automóvel foi destinada ao Samu provisoriamente).

Novo protocolo de atendimento das emergências precisou ser adotado pela equipe do Samu. As motolâncias (duas) são usadas para verificar a gravidade do paciente. Se houver condições de transporte do munícipe sentado, é utilizado o veículo menor. Se for necessária a remoção deitada, ambulância maior vai até o endereço.

Além da falta dos veículos, os profissionais reclamam da estrutura precária do prédio do Samu, que concentra vazamentos. Há problema, também relacionado à falta de material para uso dos trabalhadores, como papel higiênico, além de uniformes e equipamentos de proteção velhos.

 

UNIDADES

Segundo o Ministério da Saúde, Mauá tem habilitadas cinco unidades de suporte básico; duas de suporte avançado e duas motolâncias. Desde 2017, o município recebeu R$ 3,6 milhões referentes ao custeio do serviço.

 

Atila culpa governo interino por situação

A Prefeitura de Mauá culpou a gestão da vice-prefeita Alaíde Damo (MDB), que atuou como prefeita interina entre maio e setembro de 2018, pelos problemas. Por meio de nota, a administração de Atila Jacomussi (PSB) citou como “ impacto do governo interino” o encerramento do contrato que previa a manutenção preventiva e corretiva das ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), ocasionando a paralisação de alguns veículos em função de problemas mecânicos.

“Imediatamente identificado o problema, a Secretaria de Saúde abriu negociação com os prestadores de serviços que ainda mantinham os trabalhos de manutenção em garantia e encaminhou as ambulâncias fora de atividade para conserto.” A administração diz que o serviço está sendo gradualmente restabelecido e que a assistência aos munícipes não ficou prejudicada. Sobre a infraestrutura das unidades, o governo Atila diz que “realiza diagnóstico a fim de proporcionar maior conforto e qualidade aos funcionários e munícipes”. Está em curso licitação para a escolha de nova empresa responsável pela manutenção dos veículos, com previsão de abertura das propostas para o dia 27.  




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