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Projeto inédito ajuda pacientes de câncer a melhorar a autoestima
Bia Moço
Especial para o Diário
19/07/2017 | 07:00
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Pacientes com câncer passam a contar com duas importantes ferramentas nos cuidados com a pele e a aparência. Com o objetivo de ajudar esse público a aumentar a autoestima e melhorar a qualidade de vida, minimizando efeitos colaterais dos tratamentos, foram lançados ontem cartilha e plataforma na internet com orientações sobre cuidados dermatológicos.

A iniciativa, do Ambulatório de Reabilitação Dermatocosmiátrica para Pacientes Oncológicos, primeiro no País e coordenado pela dermatologista Dolores Gonzales Fabra, foi apresentada em evento realizado na tarde de ontem na FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), em Santo André, que reuniu pacientes, médicos e voluntários.

“O tratamento do câncer fragiliza muito a pele, e dessa forma os pacientes sofrem alterações dermatológicas que os sensibiliza. Os oncologistas já estão cientes com essa questão, e temos de atender esse grupo de pessoas”, diz Dolores, que presta o serviço gratuitamente há 13 anos.

Em 2004, ela criou o ambulatório. A ideia surgiu após consulta com paciente que estava insatisfeita com a aparência, tendo em vista que normalmente os oncologistas pedem para esperar terminar o tratamento quimioterápico para depois cuidar da parte dermatológica. “Ela tinha muitas lesões na pele e depois do tratamento ela disse que nunca haviam cuidado dela daquela forma. Quando vi que teve resultados, resolvi buscar se já existia uma dermatologia para esse tipo de paciente, e vi que não tinha. Então pensei que essa era a hora de criar”, conta Dolores.

O evento de ontem contou com apresentações, palestras e oficinas de maquiagem, técnicas para utilização de lenços e cuidados com perucas. Ideli Anselmi, 65 anos, foi diagnosticada com câncer em 2003, quando também resolveu buscar apoio na ONG (Organização não Governamental) Viva Melhor. Lá, deu início ao trabalho voluntario, há 14 anos. “Muitas mulheres chegam tristes, sem autoestima e não querem nem se olhar no espelho. Quando coloco um lenço nelas e passo um batom é como se devolvêssemos a vida. É muito gratificante”, conta.

Ana Maria de Lima, 45, também diagnosticada com câncer de mama, deu início aos tratamentos em janeiro e conta que a quimioterapia gerou reação alérgica que trouxe problemas estéticos que a deixavam triste . “Passava noites em claro. Perdi cabelo, tinha coceira, feridas e somente depois que conheci a doutora Dolores é que tudo mudou. Ela me deu um tratamento que melhorou absolutamente todos os problemas e consegui terminar a quimio. Vou operar e retirar uma mama, e estou com a autoestima ótima”, comemora.




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