Milhares de manifestantes fizeram neste sábado passeatas na Califórnia e em Nova York, para protestar contra o projeto de reforma migratória, que inclui medidas enérgicas contra os imigrantes ilegais.

De acordo com os organizadores do protesto em Costa Mesa, Califórnia, 2.500 pessoas participaram da manifestação, mas a Polícia e a imprensa divulgaram um número de 1.500 pessoas.

O organizador da passeata, Nativo López, presidente da Associação Política Mexicano-Americana, disse que o grupo está indignado com os planos de permitir que a Polícia tenha o poder de revistar suspeitos de serem imigrantes ilegais. "Estamos aqui para dar uma declaração forte, nas mesmas bases do movimento antiimigratório", afirmou López durante o protesto, que foi agitado, mas pacífico.

O tenente da Polícia de Costa Mesa Dale Birney explicou que o projeto ainda está em discussão com funcionários da cidade e das forças de segurança, e afetaria apenas as pessoas que estão sendo investigadas por crimes violentos, como assassinato ou estupro. "Não pediremos às pessoas suas carteiras de motorista, nem iremos levá-las se não tiverem esses documentos. Não se trata disso", afirmou Birney.

O protesto contra o projeto de reforma migratória foi o maior na Califórnia desde a manifestação que reuniu 500 mil pessoas em Los Angeles há uma semana, uma das maiores passeatas da história recente dos Estados Unidos.

Em Nova York, mais de 10 mil manifestantes, agitando bandeiras de países da América Latina, marcharam ontem pela Ponte do Brooklyn. "Esta manifestação é uma expressão da união entre todas as comunidades, mostrando ao país que não iremos ficar atrás nas mobilizações, como as que aconteceram em Chicago e Los Angeles", afirmou o senador pelo estado de Nova York, Rubén Díaz.

O protesto em Nova York somou-se aos muitos que foram organizados de ponta a ponta nos Estados Unidos para evitar que o Senado aprove o projeto de reforma migratória, um tema que divide o país e que já passou pela Câmara dos Representantes.