A manifestação estética foi livre. A maioria dos trabalhadores não conta com formação superior em artes plásticas, embora alguns tenham cursos de arte. Pintura, desenho, fotografia e escultura são os suportes que mais se destacaram nesta primeira edição, com abundância do primeiro. Paisagens, estudos cromáticos e composições de formas integram a maioria das telas. Material reciclável também.
“O espaço está preparado, só falta instalar as obras. A equipe de curadores coordenada por Katia Canton observou o regulamento respeitando o enquadramento das obras desses artistas trabalhadores, que têm um sentido artístico diferenciado ao de um profissional da arte”, afirma Sergio Benedito Moretti, diretor do Sesi Santo André e idealizador da Bienal.
A Bienal aceitou inscrições de trabalhadores das indústrias metalúrgica, mecânica, gráfica, petroquímica, transporte, alimentícia, construção civil e outras, de empregados em firmas prestadoras de serviço para essas empresas ou de trabalhadores aposentados pela indústria. Só não foram inscritos trabalhadores nos setores de comércio, serviços e funcionários públicos.
“Tanto o grupo dos selecionados como o daqueles que participaram do processo seletivo estão ansiosos e otimistas em continuar mantendo trocas para novas Bienais ou exposições individuais que pretendemos realizar”, diz Moretti.
Sala especial – Com curadoria da artista plástica e coordenadora da Casa do Olhar em Santo André, Paula Caetano, foi preparada uma sala especial em paralelo à Bienal, em homenagem a três artistas de importância nacional e que têm ou tiveram carreiras ligadas ao Grande ABC. Luiz Sacilotto (1924-2003), natural de Santo André e signatário do manifesto Ruptura que inaugurou a estética concretista no país, é um dos principais nomes da arte nacional. Dele serão expostas quatro telas de 1999, uma de 1996 da série Concreções e duas obras em alumínio pintado, de 1950/2000.
Outro artista é João Suzuki, que mora em Santo André desde 1953. Dono de um trabalho reconhecido como social e esteticamente importante, Suzuki terá sete telas, duas em óleo sobre madeira, quatro em tinta sobre papel e uma da série ovóide, iniciada nos anos 1970, que rompe com o formato da tela de quatro cantos. O trabalho contemporâneo da andreense Sandra Cinto completa o trio de homenageados. Dela serão expostos cinco desenhos sobre papel e dois objetos compostos com madeira em técnica mista.
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