Política Titulo Rio Grande da Serra
Pressionado, Messias foge de polêmica

Novo presidente da Câmara foi eleito com oposição, mas Maranhão garante ter seu apoio

Por Júnior Carvalho
Especial para o Diário
06/12/2014 | 07:14
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Ari Paleta/DGABC


Eleito na quarta-feira novo presidente da Câmara de Rio Grande da Serra para o próximo biênio (2015-2016), o vereador Manoel Messias Lima, o Messias Cabeleireiro (PV), tem evitado comentar sobre a polêmica disputa que impôs derrota ao prefeito Gabriel Maranhão (PSDB).

Procurado insistentemente pelo Diário, Messias não atendeu aos telefonemas. Com sete votos, o verde triunfou sobre o candidato apoiado pelo governo, João Batista Dias, o João Mineiro (PTB), que teve seis apoiadores. A vitória de Messias se deu, principalmente, com respaldo de oposicionistas e até do líder do governo na Casa, Waldemar Perillo (PSDB).

Embora o racha na base aliada tenha provocado o revés na disputa pela mesa diretora, Maranhão colocou panos quentes na polêmica e alegou que o verde pertence à bancada de sustentação. “Estou feliz da vida com a vitória dele. Sei que teremos boa relação (com a Câmara)”, avaliou o chefe do Executivo.

A formação da chapa liderada por Messias, no entanto, foi costurada por petistas, que ensaiavam lançar o nome do vereador Benedito Araújo, o Ditinho (PT), como candidato. Na prorrogação, os oposicionistas abdicaram da disputa e bancaram o nome do verde. Além dos votos de Messias, de Perillo, e dos três vereadores do PT, a estratégia foi respaldada também por Claurício Gonçalves (DEM) e pelo atual dirigente do Legislativo, Edvaldo Guerra (PV).

A indicação de Maranhão por João Mineiro causou desconforto entre os governistas. Vereador por cinco mandatos, Perillo articulava para ter a bênção do prefeito no páreo. Sem sucesso, o tucano rachou a bancada situacionista e aceitou integrar a chapa da oposição. Em troca, o parlamentar ocupará o posto de primeiro secretário.

PT rechaça gratidão: ‘Foi derrota’

O presidente do PT de Rio Grande da Serra, Erick de Paula, refutou declaração do prefeito Gabriel Maranhão (PSDB), que disse que petistas votaram em Manoel Messias Lima, o Messias Cabeleireiro (PV), por “gratidão” ao fato de ele ter apoiado a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), em detrimento do projeto tucano encabeçado por Aécio Neves.

“Maranhão foi derrotado politicamente por parte de sua base, rachada e descontente, que começa a enxergar o que o PT já viu: Rio Grande está diante de desgoverno, que não atende a população, não dialoga com a sociedade e trata os vereadores como meros despachantes de luxo. Basta, prefeito”, contestou o dirigente do PT.

Segundo Erick, a composição dos vereadores petistas com Messias foi costurada para levar adiante debate de reforma administrativa na Casa (com redução no número de assessores) e aprovação de projetos de lei e requerimentos de informações da base oposicionista “sem a lei da mordaça”.

“O voto na presidente Dilma foi importante se houve mesmo, mas hoje é outro momento e a gratidão será a correta aplicação dos recursos nas obras da cidade”, afirmou o presidente petista, que disse “duvidar” que o tucano tenha mesmo depositado voto a Dilma. 




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