A vitória apertada da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) sobre o senador Aécio Neves (PSDB) no domingo fez tucanos e integrantes de outros partidos que integraram o arco de aliança do PSDB neste pleito analisarem que a oposição sai mais fortalecida desta corrida eleitoral, mesmo com a derrota nas urnas.

A disputa entre Dilma e Aécio foi a mais acirrada desde a redemocratização do País. Nesta eleição, a vantagem do vencedor sobre seu adversário foi a menor desde 1989, quando os pleitos passaram a ser disputados em dois turnos: 51,64% da petista, ante 48,36% do tucano. “Mais do que nunca temos de fazer oposição responsável e não sermos coniventes com denúncias. A sociedade exige transparência. Esperamos que a Dilma possa passar o Brasil a limpo. É o mínimo que se espera. Nós não queremos fazer oposição reacionária, para atrapalhar. A sociedade espera outra postura da gente”, frisou o deputado estadual Orlando Morando (PSDB).

Único deputado federal eleito do Grande ABC a ocupar a bancada oposicionista no próximo mandato de Dilma, o atual deputado estadual Alex Manente (PPS) destacou se sentir responsável por “representar a maioria” da região, que deu vitória a Aécio – o tucano foi o mais votado em Santo André, São Bernardo, São Caetano, Mauá e Ribeirão Pires. “O Grande ABC escolheu a mudança. Infelizmente não foi assim no Brasil inteiro, mas a nossa região tem de ajudar a combater o bom combate”, analisou o popular-socialista.

Apesar de fazerem análises do próximo mandato de Dilma, aecistas evitaram apostar no futuro político do senador. Para o ex-prefeito de São Caetano e secretário paulista de Esporte, Lazer e Juventude, José Auricchio Júnior (PTB), que integrou a coordenação da campanha de Aécio, ainda é “precoce” discutir nomes para 2018, porém, “a gestão moderna e eficiente” do governador reeleito Geraldo Alckmin (PSDB) também o credencia para a disputa daqui a quatro anos. “Isso (discutir a próxima eleição) é precoce ainda. Mas basta olhar o retrospecto e ver que ficam as duas forças maiores (Alckmin e Aécio) para se pensar numa próxima candidatura”, enfatizou Auricchio.