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Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

Já chega, Palmeiras! Assim não dá mais.
Dérek Bittencourt
30/08/2019 | 07:00
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Anderson Fattori e eu, que com muita satisfação temos este espaço semanal no Diário, tentamos sempre trazer temas e discussões relacionadas à região. Mas, permitam-me falar neste Confidencial sobre Palmeiras e Luiz Felipe Scolari. Se tem uma coisa provada com a eliminação do time na Copa Libertadores, na terça-feira, e estes dois dias que sucederam a tragédia alviverde é que Felipão é definitivamente convicto ao que diz e ao que trabalha. Tanto pela forma como o Verdão se comportou no segundo tempo, quando perdia por 2 a 1 e precisava de apenas um gol para empatar com o Grêmio e assegurar a classificação, quanto pela coletiva de imprensa que o treinador deu ontem, na Academia de Futebol, quando, ao invés da postura esperada, adotou tom irônico ao ser mais pressionado pelos jornalistas.

As quedas nos mata-mata anteriores para São Paulo (na semifinal do Paulistão) e Internacional (quartas de final da Copa do Brasil) já haviam mostrado que faltam variações de jogadas à equipe. Falando apenas do jogo desta semana, ficar mais de 50 minutos (tempo normal e acréscimos da segunda etapa do duelo contra os gremistas) alçando bola na área apenas comprovou as limitações do elenco dito “o melhor do País”.

A qualidade individual dos atletas é realidade, mas pouco explorada. O drible é característica de diversos dos jogadores – sobretudo os que atuam do meio para a frente, como Raphael Veiga, Hyoran, Gustavo Scarpa, Dudu, Willian, Lucas Lima. Nem todos estavam em campo ou relacionados, é verdade. Entretanto, as ordens parecem expressas: busque um ponta ou um lateral que alce a bola na área na tentativa de encontrar Luiz Adriano, Deyverson, Borja (que tem o perfil de Libertadores, foi responsável direto pela classificação nas oitavas de final, mas acabou subestimado pelo treinador), Carlos Eduardo, Henrique Dourado, Arthur Cabral (de saída para a Suíça) ou quem quer que esteja como referência ofensiva alviverde.

A ausência de Felipe Melo – que também tem sua parcela de culpa pela expulsão na ida, em Porto Alegre – fez com que Felipão optasse por Thiago Santos. Porém, o treinador manteve o esquema tático, o que prejudicou a saída de jogo palmeirense. Afinal, o camisa 30 pode até ter um parafuso a menos, mas tem qualidade tanto no passe quanto no lançamento. Seu substituto, porém, supre até certo ponto no que diz respeito à marcação, apesar de eu acreditar que ele poderia ter matado a jogada do segundo gol do Grêmio ainda na intermediária, quando Everton Cebolinha partiu em direção à área alviverde.

Aliás, por falar no atacante gremista, a ele sobrou a personalidade que faltou a diversos palmeirenses – principalmente a Dudu, mais uma vez. Porque se às vezes o time se vê batendo de frente a uma zaga bem postada – digna de parabéns a Pedro Geromel e Kanneman – a individualidade e o improviso podem resolver. Não foi o caso. Aliás, bem longe disso.

Ouvi de alguns palmeirenses – e vi a zoação de torcedores rivais – tratando o fato de o time ter decidido a vaga mais importante do ano fora de sua arena, porque o Allianz Parque recebeu no fim de semana apresentações da dupla Sandy & Junior. Aqui vale nota off topic: que baita show! Mas a quem não sabe, esta foi apenas a primeira vitória dos gaúchos sobre o Palmeiras no Estádio do Pacaembu. Talvez a mais importante de todas.

Fez diferença a favor do Grêmio ter jogadores identificados com o clube, formados na base ou que chegaram muito jovens e foram ganhando oportunidades. E isso passa pelo fato de o Palmeiras há algum tempo não dar chance aos seus jovens, que só faltam fazer chover na base, mas parecem fora do radar de Felipão. Só para se ter uma ideia, entre 2017 e o primeiro semestre de 2019, do sub-11 ao sub-20 o Alviverde colecionou nada menos do que 56 títulos! É número expressivo e impressionante. O saldo? Apenas financeiro, afinal muitos vão direto para a Europa ou Ásia sem sequer serem profissionalizados. Mas passou da hora de perceber, Verdão, que o dinheiro não é tudo!

DEVIDO RECONHECIMENTO
De terça-feira para cá, ouvi muita gente parabenizando equivocadamente o Grêmio pela revelação do meia Matheus Henrique. Entretanto, para quem não ligou o nome à pessoa, trata-se de Matheusinho, revelado pelo São Caetano, que atuou pelo profissional do Azulão e foi emprestado primeiramente para o time B dos gaúchos, mas não demorou a ganhar espaço e ser alçado por Renato Gaúcho. Segundo o site Transfermarkt.pt, seu valor de mercado atual é estimado em 6 milhões de euros (quase R$ 28 milhões). Dependendo do desfecho da campanha tricolor na Libertadores, o preço pode aumentar. Para delírio do presidente azulino Nairo Ferreira de Souza.

FINAL FELIZ
É com imensa satisfação que pude dar a notícia que a Câmara de Ribeirão Pires aprovou a concessão do estádio municipal ao CAD. Não vejo motivos para as vaias aos vereadores durante a sessão vindas de alguns munícipes presentes, tampouco às críticas de quem enxerga o time como forasteiro. O município abriu as portas para um desamparado clube, que promete investir na cidade e realizar seu sonho antigo de colocá-la no mapa do futebol profissional. Já pensou a estância turística como uma das sedes da Copa São Paulo de Futebol Júnior já em 2020? 




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