Setecidades Titulo Profissionais e equipamentos
Falta estrutura às Defesas Civis
Por Deh Oliveira
Do Diário do Grande ABC
13/02/2009 | 07:00
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Falta de pessoal, equipamentos e de um sistema de informação mais ágil comprometem o serviço prestado pelas Defesas Civis no Grande ABC. A precariedade estrutural na maioria das cidades afeta principalmente o atendimento em casos de emergência, como as enchentes provocadas pelas fortes chuvas no período de Verão.

Mauá está entre os municípios em que a situação é mais crítica. Com várias áreas sujeitas a alagamentos e deslizamentos, o município possui apenas quatro funcionários que trabalham efetivamente no departamento.

"Estamos recomeçando o trabalho. A Defesa Civil sempre foi muito fraca aqui em Mauá. A ideia é criar uma estrutura própria", afirmou José Luiz Salvador, coordenador do setor na cidade.

A equipe dispõe, segundo ele, de três veículos: uma picape S-10, um Gol e um Fusca. Além do atendimento em casos emergenciais, o departamento tem como atribuição auxiliar na remoção de árvores que caem na cidade, desmoronamentos, desabamento, incêndios, acidentes com produtos químicos e trabalho preventivo em áreas de risco.

Em Rio Grande da Serra, não é só a falta de mão-de-obra que compromete o serviço da Defesa Civil. O órgão sequer tem telefone de emergência para atender a população e também não conta com veículos próprios. Em caso de emergência, principalmente à noite, o transporte, tem de ser feito com carro particular.

Ao todo, 14 pessoas atuam na Defesa Civil da cidade, mas nenhum é funcionário fixo do departamento. "A gente reúne funcionários que participam da Defesa Civil", explica o coordenador do órgão na cidade, João Martins de Souza.

Ele explica que o pessoal não possui treinamento específico para atuar na área. Souza admite que Rio Grande da Serra fica na dependência da Defesa Civil de Ribeirão Pires, cidade mais próxima. "Se houver necessidade, nós acionamos", diz.

Equipe reduzida afeta a maioria das cidades

A falta de pessoal na Defesa Civil atinge também as cidades de maior orçamento na região e com melhor estrutura.

Em Santo André, a equipe está aquém da necessidade, segundo o coordenador João Batista Camargo. Trabalham efetivamente na Defesa Civil sete pessoas. "Estou brigando para dobrar essa equipe", diz Camargo.

Além do quadro efetivo, sete equipes formadas por dez funcionários públicos cada se revezam. Eles ficam de prontidão caso precisem ser acionados, como o atendimento feito ontem de uma árvore que caiu sobre carros estacionados na Rua das Esmeraldas, no bairro Jardim.

Em São Bernardo, cidade com maior área e população do Grande ABC, trabalham na Defesa Civil 13 funcionários, sendo um geólogo, o secretário e 11 agentes. O município, que detém o maior número de áreas com risco de deslizamentos na região, não informou o número de voluntários.

Coordenadores defendem controle regionalizado

No monitoramento dos riscos de enchentes, as Defesas Civis da região contam com um boletim meteorológico emitido pela Casa Militar do Estado e pluviômetros (equipamento para medir a quantidade de chuvas) instalados nas cidades.

Os dois são considerados por coordenadores de Defesa Civil limitados para auxiliar em ações preventivas, diante das possibilidades de mudanças climáticas ocorridas durante o dia. "Seria muito interessante um acompanhamento mais regionalizado", defende Mizael Ghezzi, presidente da Comdec (Coordenação Municipal da Defesa Civil) de Ribeirão Pires.

Para ele, o ideal seria um sistema como o da Capital, como o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), que daria mais agilidade às ações. Além de contar com meteorologistas na equipe e receber dados de um radar sobre volume e intensidade de chuvas, o departamento monitora estações meteorológicas que indicam índice de chuvas, direção do vento, pressão atmosférica e temperatura na cidade.




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