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MP apreende documentos na Fundação
Bruno Ribeiro
Evandro De Marco
Do Diário do Grande ABC
01/05/2008 | 07:05
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O Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual cumpriu ontem um mandado de busca e apreensão de documentos no departamento financeiro da Fundação Santo André. Até a meia-noite, os promotores haviam apreendido cerca de 400 documentos, entre notas fiscais, planilhas e prestações de contas do reitor Odair Bermelho, além de um computador e arquivos de outras máquinas com informações que demonstram a movimentação financeira do reitor.

Os promotores buscaram papéis que comprovem ou não as denúncias contra Bermelho, suspeito de fraudes em notas fiscais. A quantidade de documentos encontrada, porém, não corresponde nem à metade das informações existentes no computador para comprovar os gastos da reitoria.

A equipe do Gaerco chegou na Fundação por volta das 17h e saiu à meia-noite. Além do departamento financeiro, o complexo que abriga a reitoria também foi vistoriado pela equipe. Todo o material apreendido será levado e analisado pelos promotores que não descartam uma perícia mais detalhada.

Uma primeira testemunha sobre o caso foi ouvida ontem pelo Gaerco. O nome da pessoa não foi divulgado, mas os promotores disseram que esse depoimento ajudou no pedido de busca e apreensão.

O auxiliar financeiro Vinícios Ferreira, 21 anos, ex-funcionário da Fundação, procurou ontem o Diário e contou ter recebido, na quarta-feira da semana passada, uma ordem da reitoria da Fundação para que o departamento forjasse pagamentos e notas inexistentes para justificar o dinheiro que Bermelho teria recebido por conta das notas que teriam sido adulteradas.

Segundo Ferreira, ele foi demitido anteontem com a suspeita, por parte da reitoria, de que fosse o responsável pelo vazamento das notas fiscais para a imprensa – o que ele nega.

Desde que a reitoria do centro universitário tomou conhecimento do dossiê sobre as fraudes do reitor, na quinta-feira passada, Ferreira revela que o departamento financeiro passou a sofrer pressão da administração. “Ameaçavam nos demitir a todo instante. Queriam que achássemos as notas fiscais. Na quinta-feira passada, nos obrigaram a ficar até as 23h trancados no local buscando as notas e elas não foram encontradas”, afirma o rapaz.

A assessoria de imprensa da Fundação Santo André informou que a reitoria não comentaria as denúncias de Ferreira ou mesmo a investigação promovida pelo Gaerco. Mais uma vez, o pedido de entrevista com o reitor Odair Bermelho foi negado.




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