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Achatamento de salário nas novas contratações diminui
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09/02/2008 | 07:04
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O achatamento de salários provocado pela alta rotatividade da mão-de-obra empregada começa a perder fôlego. Dados do Ministério do Trabalho indicam que em 2005 o salário médio dos trabalhadores contratados com carteira assinada era 12,5% inferior ao dos demitidos. No ano passado, essa diferença já havia recuado para 9%.

De acordo com o levantamento pelo convênio entre a Secretaria Municipal do Trabalho da Capital e o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), no ano passado o salário médio de admissão estava em R$ 643, contra R$ 707 entre os demitidos. Em 2005, o salário médio dos desligados era de 616, contra média de R$ 547 para os admitidos.

“Os números refletem o novo ciclo de crescimento da economia, que tem sido puxado pelos investimentos e a demanda interna”, afirma Clemente Ganz Lúcio, diretor-técnico do Dieese.

Há três anos, quando a expansão da economia brasileira ainda era puxada pelas vendas externas – já que estavam sob o efeito do real valorizado em relação ao dólar – os exportadores só conseguiam ganhar competitividade achatando um dos únicos custos que eles podem controlar: a mão-de-obra.

As demissões continuam sendo mais numerosas entre os maiores salários, provocando redução no valor do salário médio. Da mesma forma, as contratações também são feitas por salários menores. Mas as empresas que investem em inovações tecnológicas para aumento da produção vêm contratando mão-de-obra qualificada. Há 41 meses o investimento cresce acima da produção no País. “A demanda de trabalhadores para ocupar essas vagas criadas pelo investimento pressupõe um salário maior que o anterior”, diz Márcio Pochmann, presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Apesar disso, o valor do salário médio dos contratados ainda é inferior aos dos demitidos. O problema é que a demanda por mão-de-obra continua sendo maior para ocupar postos que não estão associados a investimento. “Se não tivermos uma interrupção no atual ciclo de expansão, que é sustentado pelo investimento, a diferença entre os salários dos admitidos e dos demitidos tende a diminuir ainda mais”, observa o economista.

“O mercado de trabalho está sendo beneficiado pelo influxo positivo desse processo de crescimento, que se dá em termos de oferta maior de emprego e de salários melhores”, diz o vice-presidente do Conselho de Economia da Fiesp, Boris Tabacof.




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