A crise internacional já provocou a escassez de linhas externas de crédito, o que está levando algumas empresas a buscarem os recursos que necessitam junto ao sistema financeiro interno.

No entanto, segundo Norberto Barbedo, vice-presidente do Bradesco, o cliente não vai encontrar nas linhas domésticas o suficiente para suprir as necessidades.

Para as linhas de crédito disponíveis, os prazos ficaram mais curtos, com custos mais elevados. O executivo acredita que o aumento de taxas vai atingir todas as operações de crédito. Para ele, as taxas serão maiores, uma vez que a redução da liquidez internacional aumentou o custo de captação desses recursos lá fora.

A demanda por crédito de comércio exterior aumentou nos últimos anos em razão da expansão da economia e da evolução das exportações. Com projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) na casa de 4,5%, a busca por esse tipo de financiamento continua forte, o problema, segundo Barbedo, é que a oferta está reduzida.

No caso de recursos para investimentos, as companhias deverão buscá-los junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). "A única fonte de recurso de longo prazo para investimentos é o BNDES", diz.

O vice-presidente do Bradesco lembrou que a demanda de crédito por parte das empresas cresceu muito neste ano, o banco aumentou a estimativa para entre 22% e 30%. O avanço deve-se à decisão de muitas companhias de buscarem empréstimos nos bancos diante de um cenário adverso. "Nesse momento, fica difícil para os bancos atenderem todos os projetos dessas empresas que tinham como fonte de recursos o mercado de capitais", disse.