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Polícia investiga loja por estelionato

Estabelecimento na Rua Jurubatuba deixou ao menos 30 casais sem móveis planejados

Por Rafael Ribeiro
do Diário do Grande ABC
23/10/2012 | 07:00
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A Polícia Civil de São Bernardo investiga loja de móveis planejados e artigos para decoração do Centro da cidade acusada por clientes de estelionato. Até agora, 16 inquéritos foram abertos e mais de 30 casais se disseram lesados.

Localizada na Rua Jurubatuba, a Bia Campos Design está com as portas fechadas desde segunda-feira. Segundo comerciantes vizinhos, na quarta-feira um caminhão retirou os últimos produtos que haviam no local.

Entre os prejudicados está Daniella Vargas, 26 anos. Com casamento marcado para março, procurou a loja em fevereiro e acertou um orçamento de R$ 28 mil para o apartamento em que iria morar com o noivo em Mauá. Com o inevitável prejuízo e as contas bancárias bloqueadas, não consegue arrumar emprego.

"A gente não espera que possa acontecer algo assim. Ainda mais em uma loja na Jurubatuba, bonita e bem organizada", disse Daniella.

Titular do 1º DP (Centro) da cidade, onde as ocorrências foram registradas, o delegado Victor Vasconcellos Lutti disse que o caso vem sendo investigado, mas faz um alerta. "As pessoas compram sem sequer saber sobre as lojas, quem é aquele comerciante, quanto tempo está lá", disse.

Na Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo), o registro da loja está ativo desde maio de 2011. O paradeiro dos donos, a mãe Maria Beatriz Ferreira Campos Silva e o filho Renato de Andrade Silva Júnior, ambos já indiciados, é desconhecido da polícia e dos clientes, que encontram telefones mudos e casa vazia quando os procuram para informações.

Lutti antecipa, no entanto, que não há indícios de que a família praticava estelionato antes. Não há processos na Justiça nem queixas no Procon da cidade, segundo a diretora da unidade, Angela Maria de Alvarenga Elesbão Galluzzi. "O cliente precisa se resguardar no contrato. Que o documento seja específico e se cobre tudo o que foi prometido."

"Ela tinha uma argumentação muito firme. Os olhos chegavam a lacrimejar", destacou a webdesigner Sheila Silva de Freitas, 29. Moradora da região central, ela pagou R$ 32,5 mil em outubro do ano passado e só conseguiu mobiliar o apartamento graças ao acerto com marceneiros e pedreiros que também levaram calote.

A apuração inicial da polícia mostrou que casais jovens e que montavam o apartamento eram o alvo principal de mãe e filho. Entretanto, quando as contas começaram a atrasar, até uma editora que imprimiu um catálogo de ofertas teria ficado sem pagamento. "Assim como outros casos, eles chamam a atenção pela simpatia e preços baixos. É preciso cuidado", disse Lutti.




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