Setecidades Titulo Julgamento
Amigo de Lindemberg é
condenado a 32 anos de
prisão em Santo André

Robson Muriel dos Santos, 26 anos, matou a ex-mulher
a facadas na frente do filho no dia 10 de outubro de 2011

Rafael Ribeiro
do Diário do Grande ABC
26/09/2012 | 07:00
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O motoboy Robson Muriel dos Santos, 26 anos, foi condenado ontem, no Fórum de Santo André, a 32 anos e oito meses de prisão em regime fechado pelo assassinato da vendedora Beatriz da Silva Costa, 19, em 10 de outubro de 2011, na casa dela, no Jardim Ipanema. O crime ocorreu na frente do filho do casal, hoje com 4 anos.

Santos foi condenado por unanimidade entre os jurados pelo homicídio triplamente qualificado, ou seja, com os agravantes de motivo torpe ou fútil, crime praticado com requintes de crueldade e realizado de forma surpresa, sem chance de defesa para a vítima.

A estratrégia adotada pela defesa era justamente a de evitar os agravantes. Para isso, o motoboy confessou o assassinato, mas insistiu na tese de que vinha sendo ameaçado de morte pelo jovem com quem Beatriz iniciara namoro alguns dias antes do crime.

"Fui lá com a intenção de resolver essa situação (das ameaças), descobrir quem era o responsável", disse em sua oitiva. Silva também repetiu a história de que fora agredido por quatro jovens uma semana antes do crime quando fora visitar o filho.

O restante ficou claro para a promotora Daniella Hashimoto e a juíza Milena Dias, as mesmas responsáveis pela condenação a 98 anos de prisão de Lindemberg Alves Fernandes, 25, em fevereiro, pela morte de Eloá Cristina Pimentel, 15, em outubro de 2008. Os dois eram amigos íntimos. Moraram no mesmo prédio no Jardim Santo André, trabalharam no mesmo local como manobrista de estacionamento e jogavam no mesmo time de futebol de várzea. Silva, inclusive, seria testemunha de defesa no júri e revelou que o colega fora sua inspiração para o crime.

Na manhã do homicídio, de forma premeditada, o motoboy tirou o par de tênis que calçava e subiu no telhado da casa. Esperou a ex-sogra, Antônia Isabel da Silva Costa, 50, sair para colocar o lixo na rua e aproveitou a porta aberta para subir ao quarto onde a jovem dormia com o filho. Trancou a porta, exigiu o celular dela para ver quem mandava as tais ameaças e, após empurrá-la no chão, desferiu as 12 facadas.

Silva disse que a faca estava no quarto, em cima de uma cômoda. Mas nenhuma das cinco testemunhas da acusação reconheceu o objeto como sendo da casa.

"Foi tudo mentira", disse Antônia. Aliviada pela justiça que lhe foi feita, ela teve o primeiro contato com o assassino da filha desde o ocorrido. "Procurei nem olhar muito para ele", disse.

A luta para ela e o marido agora será brigar na Justiça pela guarda definitiva do menino, que não foi ao tribunal. Por enquanto, eles só têm a provisória.




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