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Lojas Arapua pede ajuda do Ministério Público
Do Diário do Grande ABC
15/05/1999 | 13:47
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O Juiz Urbano Borges, da 6ª Vara Cível, responsável pela concordata das Lojas Arapua pediu ao Ministério Público, para que localize onde foram parar R$ 235,4 milhoes informados nos autos da concordata daquela companhia, na página 4.339, como realizável a longo prazo e que em documentos subsequentes nao consta mais. A confirmaçao do pedido do juiz foi feita por advogados de empresas credores e que nao aceitaram a soluçao que se deseja dar para Lojas Arapua, revelada durante a semana.

Pelo acordo, cuja proposta foi entregue ao juiz e que segundo os advogados da Arapua, tem a adesao de 70% dos credores há a transformaçao da dívida em debêntures conversíveis em açoes e também a formaçao de uma Companhia de Propósitos Especiais que absorveria as dívidas da atual Arapua. Seria criada uma Arapua 2, saudável, sem problemas e que passaria a gerir as 208 lojas que a rede tem no país.

A Evadin que se considera o maior credor individual da Arapua, R$ 82 milhoes, nao foi consultada sobre o plano de reestruturaçao das Lojas Arapua, segundo o seu diretor superintendente, Antônio Martins Lima. "Tomamos conhecimento do assunto através da Imprensa", disse Lima. "Nós acreditamos na Lei e queremos que a legislaçao seja cumprida no caso da concordata. Outros credores também nao foram consultados e a adesao nao deve chegar a 60%. Pelo que sabemos". Para Lima, "tudo está muito confuso nessa história da Arapua 1 e Arapua 2. Queremos que a Lei da Concordata seja cumprida. Há também um sem número de pequenos credores que devem ser respeitados".

Ele explicou ainda que quando a Arapua pediu a concordata informou preliminarmente que ela era de R$ 650 milhoes, "Prometeu que entregaria à Justiça um balanço em um mês, o que foi feito. O valor foi para R$ 790 milhoes. E agora, já está em R$ 929 milhoes".

Um documento com os nomes de alguns credores com o porcentual dentro do total das dívidas, também está deixando preocupadas as empresas que nao aderiram ao acordo , pois aparece entre eles empresas da própria Arapua, que admitia nao haver dívidas de mutuo, isto é, dívida entre suas próprias empresas. A relaçao é a seguinte: CCE, 10,2%; Sharp, 8,7%; Multibrás, 8,6%; Gradiente, 4,1%; Banco Fenícia, 4,0%; Arapua International, 3,8%; Merril Lynch, 3,4%; GE Dako, 3,3%; Itautec Philco, 3,1%; Electrolux, 2,8%; BS Continental, 1,7%; Banco Itaú 1,4%; Itaú Bankers Trust, 0,5%; Capital Tecnologia, 0,1%; Grupo Bradesco, 1,2%; o que dá um total de 56,9%. Merril Lynch surge agora como credora, porque a Arapua nao honrou um empréstimo internacional, ficando em default.




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