O mercado da habitação abriu janeiro tão forte como encerrou o ano passado, até então o período de melhor desempenho da construção civil nos últimos 20 anos. Vale lembrar que o segmento repassou na forma de empréstimos e financiamentos voltado para a aquisição da casa própria a soma de R$ 18,282 bilhões em recursos da caderneta de poupança no ano passado, um montante 95,74% superior aos R$ 9,340 bilhões de 2006.

Essa montanha de recursos viabilizou a construção, comercialização e vendas de 195.900 unidades habitacionais. Em 2006 haviam sido 113.873.

No primeiro balanço de 2008, divulgado pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), na semana passada, os dados continuam exibindo números tão ou mais fortes que os registrados em 2007.

EM 2008

Em janeiro deste ano já foram contratados R$ 1,629 bilhão em empréstimos e financiamentos voltados à habitação com recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), que tem como reserva os recursos da caderneta de poupança.

Esse montante representa expansão de 131,31% ante o mesmo período do ano passado e viabilizou a venda de 17.111 unidades habitacionais. Em janeiro de 2007 haviam sido usados R$ 704,27 milhões em recursos do SBPE, que concretizaram o sonho da casa própria para 8.699 mutuários.

RECORDES

Assim como na indústria automobilística, os números mês a mês do setor de construção civil estão se superando em recordes sobre recordes. O de janeiro, segundo a Abecip, representa um dos percentuais mais significativos já alcançados pelo setor nos últimos anos e acabou refletindo uma mudança de comportamento dos consumidores.

Ou seja, janeiro sempre foi um mês fraco, em função dos gastos de início de ano, momento em que o orçamento doméstico está comprometido com educação (matrículas e materiais escolares), pagamento de impostos como o IPVA e IPTU e férias.

A entidade destaca ainda que o volume de empréstimos habitacionais feitos nos 12 meses terminados em janeiro de 2008 superou R$ 19,2 bilhões, com crescimento de 100,7% em relação aos 12 meses de 2007.

Em quantidade de financiamentos, janeiro atingiu o patamar de 17.111, superando em 96,7% o do mesmo mês de 2007. Com esse resultado, elevou-se para 204.312 o número de unidades financiadas nos últimos 12 meses, contra 116.386 nos 12 meses anteriores, até janeiro de 2007, e 195,9 mil, em todo o ano de 2007.

1 - O atual boom do mercado imobiliário começou no governo Lula em 2005, quando a área econômica definiu benefícios fiscais para a compra de materiais de construção civil e os bancos começaram a flexibilizar as linhas de crédito voltadas para o consumidor.

2 O desempenho positivo da economia nacional, com a estabilidade da inflação, a contínua queda dos juros, a geração de empregos e o aumento da renda, foram fatores determinantes para consolidar a expansão do setor de construção civil a partir de 2006 e 2007.

3 - No Grande ABC, por exemplo, o mercado da habitação encontrou amplo espaço para crescer, primeiro em São Caetano e Santo André, depois em São Bernardo e, neste ano, com forte expectativa de expansão – favorecido pelo Rodoanel – em Mauá.