Economia Titulo
Combustível: filão dos supermercados
Por Cristiane Bomfim
Do Diário do Grande ABC
26/09/2007 | 07:15
Compartilhar notícia


Os hipermercados comercializam mensalmente dez vezes mais álcool, gasolina, diesel e gás natural do que os postos de combustível. De acordo com o Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABC), a média do volume de combustível vendido dentro de um mercado é de 1 milhão de litros, enquanto no posto, a quantia não ultrapassa 120 mil litros no mesmo período.

O preço, geralmente mais baixo, do combustível nos supermercados atrai o cliente que acredita que centavos podem fazer a diferença no orçamento. Segundo o assessor da Regran, Roberto Rodrigues, os mercados têm maior capital de giro e por isso conseguem negociar melhor com as distribuidoras o custo do produto. Assim, com preços mais baixos conseguem vender mais.

“Além disso, os mercados continuam revertendo o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do combustível em outros produtos. Aí os preços da gasolina e do álcool ficam ainda mais atrativos e os postos não conseguem competir. É desleal”, reclama Rodrigues. Para inibir a prática, a ANP (Agência Nacional do Petróleo) aprovou no final de 2005 uma portaria que obriga os mercados a abrir uma empresa específica para a comercialização do produto.

Dentro dos supermercados da Região, o consumidor paga R$ 2,24 pelo litro de gasolina, enquanto fora, ela pode ser encontrada por até R$ 2,39. “Sempre compensa pesquisar. Abasteço no hipermercado porque a gasolina é sempre mais em conta do que num posto convencional”, conta a aposentada Maria Bernadete Gargantini, 55 anos.

Serviços - O Grande ABC possui 290 postos de combustível, destes, 12 pertencem a redes de supermercados, como Carrefour e Extra. “Um posto de hipermercado que comercializa 1 milhão de litros por mês tem cerca de 10 funcionários que é a mesma número de empregados de posto que vende um décimo disso”, alerta Rodrigues.

Segundo os cálculos dele, os 12 hipermercados deixaram desempregadas cerca de mil pessoas na Região e contribuiram para o fechamento de muitos postos. “Não é em todos os casos que colocar loja de conveniência e caixas eletrônicos que o número de consumidores aumenta”.

Outra diferença são os serviços oferecidos aos clientes. “O hipermercado só pode comercializar o combustível, enquanto os postos oferecem serviços como troca de água e óleo, lavagem de veículos e calibragem de pneus”. Ou seja, de qualquer forma, o cliente precisará procurar um posto.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;