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Perspectivas do quinteto regional
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
16/03/2021 | 00:01
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O quinteto da região nas séries A-1 e A-2 do Campeonato Paulista vive momentos diferentes. Passadas quatro rodadas das competições, Santo André e São Caetano, na elite, Água Santa, São Bernardo FC e EC São Bernardo, na divisão de acesso, têm situações distintas e se os momentos atuais desenham o que está por vir, algumas torcidas vão sorrir, mas outras infelizmente vão chorar muito em breve. O Ramalhão, por exemplo, vem oscilando muito em suas apresentações. Colecionou seu primeiro revés diante do Red Bull Bragantino, mas o resultado mais justo teria sido a igualdade em Bragança Paulista, sobretudo por aquilo que apresentou na segunda etapa. Quem também merecia melhor sorte é o Azulão, que acabou derrotado em casa pelo Corinthians. Com estes resultados, os andreenses ocupam a segunda colocação do Grupo A, a qual tem totais condições de manter até o fim da primeira fase. Para isso, no entanto, os centroavantes Ramon e Tiago Marques necessitam ser mais incisivos e fazer o que se espera deles, ou seja, marcar gols. Os são-caetanenses, por outro lado, têm árdua missão pela frente, porque atualmente estão na lanterna da competição e não só buscam vencer pela primeira vez como balançar as redes adversárias – é o único time da Série A-1 que até agora ainda está zerado no quesito gols pró. O técnico Wilson Júnior vem tentando, na base da conversa (e do grito, como durante os jogos) arrumar a casa, mas vem esbarrando nas próprias limitações do elenco. A diretoria, por outro lado, vem contando com ajuda de empresários para reforçar o grupo e é possível que mais reforços cheguem em breve, para dar mais opções ao treinador.

Já na Série A-2 são três cenários diferentes. No primeiro, aparece o Netuno, líder absoluto, com 100% de aproveitamento (quatro vitórias em quatro jogos), dono de estilo bem definido e que propõe o jogo, buscando o qualificado sistema ofensivo recheado de peças. E mesmo quando teve de lidar com importantes ausências, como o atacante Bambam ou o lateral-direito Alex Reinaldo, o técnico Sérgio Guedes teve o suporte do elenco, com Renato Júnior e Luís Ricardo dando conta do recado. Na zona intermediária da tabela, o Tigre venceu pela primeira vez, justamente no primeiro dérbi batateiro contra o Cachorrão, e subiu para a sétima colocação. A equipe de Ricardo Catalá, nome a nome, é destacada como uma das melhores da competição. Porém, o time ainda busca um encaixe coletivo. E mais: aguarda a recuperação de Vitinho, trazido para ser a cabeça pensante do Aurinegro, mas que está em fase final de recuperação (se lesionou às vésperas da estreia). Por fim, o EC São Bernardo teve um ingrato início de competição, enfrentando os três primeiros colocados (Água Santa, Oeste e XV de Piracicaba), além do conterrâneo São Bernardo FC, e acabou somando quatro derrotas. Para piorar, o time ainda não conseguiu marcar um gol sequer. A diretoria, no entanto, decidiu dar voto de confiança ao técnico Renato Peixe – decisão acertada, na minha opinião – e, consequentemente, uma vitória no domingo, contra o Monte Azul, é fundamental para o início da reação alvinegra.

Dos cinco, acredito que a situação mais complicada seja do São Caetano, que tenta trocar a roda do carro em movimento. Afinal, não tem muito tempo nesta fase de reconstrução do clube e precisa de resultados imediatos para permanecer na elite. Já o Santo André, se conseguir ser mais fatal, pode confirmar uma classificação às quartas de final. O Água Santa, por sua vez, trilha um bonito caminho para a segunda fase, na qual também deverá estar o São Bernardo FC. E mata-mata é um campeonato novo, no qual Netuno e Tigre terão de ser incisivos. Já o EC São Bernardo bem pode embalar série de resultados positivos mas, antes de pensar em G-8, tem mesmo de somar os pontos necessários para se manter e se fortalecer na Série A-2.

QUE SITUAÇÃO
Filho de Joaquim Grava, uma das referências da medicina esportiva no Brasil, Ivan Grava pediu demissão do Corinthians neste fim de semana que passou e o motivo é de deixar boquiaberta qualquer pessoa com o mínimo de bom senso. Ele se rebelou pelo fato de os atletas não estarem cumprindo com os protocolos de combate ao novo coronavírus – coincidência ou não, 15 jogadores testaram positivo para a doença. Além disso, o profissional, que estava há oito anos no Timão, foi questionado por pessoas do clube o motivo pela demora de alguns atletas que foram acometidos pela doença na semana passada serem liberados para treinar. Duvido que em algum momento neste período, tenha chegado a um treinador e perguntado o motivo de ter escalado A, B ou C, ou então se dirigido a um dirigente indagando a contratação de X, Y ou Z. Mas este é apenas um reflexo de como são tratados os profissionais da saúde no Brasil. Parabéns, doutor Ivan, pela atitude. Quem perde é o Corinthians.

COM PESAR
Dois personagens do esporte da região infelizmente entraram para as estatísticas fatais da Covid-19 nos últimos dias. O sensei Edmilson Lima, coordenador do caratê de São Caetano, acabou derrotado na maior das lutas de sua vida. Já o ex-jogador profissional Cal, que chegou a vestir a camisa do Grêmio Mauaense, do Bangu-RJ e do Cruzeirense (da cidade de Cruzeiro, no Vale do Paraíba) e era figura frequente na várzea da região, foi outra vítima. Meus sentimentos a familiares e amigos.




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