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Metrô não é prioridade, diz oposição a Doria

Crivo ao orçamento estadual derrubou emendas que turbinavam modais, como Linha 20 e BRT

Fabio Martins
Do Diário do Grande ABC
21/12/2020 | 00:08
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Divulgação


A votação do orçamento estadual de 2021, semana passada, na Assembleia Legislativa mostrou que a implantação do BRT (sistema de transporte rápido por ônibus, na sigla em inglês) e a concretização da Linha 20-Rosa, do Metrô, ambas ligadas ao Grande ABC, não são prioridade da gestão João Doria (PSDB), avaliou a oposição ao tucano.

A base governista na casa, incluindo deputados da região, consentiu com derrubada das emendas que turbinariam os modais, aprovando relatório sem a inclusão dos itens. Conforme o texto, o Estado irá reservar valor simbólico de R$ 10 a cada um dos projetos. A peça para o exercício do ano que vem é de R$ 246 bilhões.

O teor do parecer do deputado Delegado Olim (PP), integrante da comissão de Finanças, foi acatado pela maioria em plenário. O documento acolheu quase 3.000 emendas de um total de 15,1 mil. Em acordo firmado com o Palácio dos Bandeirantes, as emendas que destinavam transferência de R$ 525,4 milhões à Linha 20 e R$ 635 milhões ao BRT, elaboradas por parlamentares da região, ficaram fora do relatório. Os itens caíram sem briga pela manutenção dos recursos no penúltimo ano de Doria. O Grande ABC tem seis parlamentares na atual legislatura.

O deputado Luiz Fernando Teixeira (PT) alegou que o governador, assim como os representantes governistas, não colocam as pautas de transporte no Grande ABC como essenciais. “Ficou claro, e temos insistido nesta tese: enquanto o PSDB governar o Estado a região não terá Metrô nem tampouco ações efetivas neste sentido. Era briga minha e do (Teonilio) Barba (PT). Na negociação política (para tratar das emendas) não conseguimos avançar (na inserção) e não tivemos ao nosso lado os deputados com reduto no Grande ABC, em especial a líder do PSDB na Assembleia, Carla Morando, mulher do prefeito de São Bernardo (Orlando Morando, PSDB), amigo do Doria.”

O petista criticou a desunião da bancada regional num eventual discurso uníssono em torno do Metrô. “Isso é negociado em nível de governo. A questão toda é de prioridade. Somos em seis. Se os seis se juntam, conseguiríamos tornar realidade. Não vejo interesse em brigar por essa demanda histórica, mais uma vez. O governo cancelou o contrato da Linha 18-Bronze. Cadê o dinheiro do BRT, que era mais viável? Não tem. O que faltou? Existe política de governo. É isso. Simples assim”, disse Luiz Fernando, ao citar que apenas emendas no varejo entraram no escopo.

A despeito da retirada da suplementação aos modais para a região, os deputados foram contemplados com outras emendas que indicavam acréscimo de recursos em diferentes áreas, principalmente saúde, além de aporte a entidades assistenciais. Todos aparecem na lista, com a diferença no volume daqueles que compõem a base. O total de emendas inseridas, negociadas junto ao governo, somou cerca de R$ 880 milhões. Os parlamentares da região tiveram absorvidas 217 propostas. Destas, 77 estão concentradas em ações nas sete cidades – as demais incluem outras cidades. Carla, por exemplo, teve 43 emendas acolhidas. A tucana não se pronunciou sobre o caso.

“Essa é a maneira que o Doria trata o Grande ABC, com desprezo, sem verbas significativas. Ele mentiu quando falou na campanha sobre implantar a Linha 18. Não cumpriu e coloca R$ 10 na Linha 20 e BRT. Como já disse: isso não dá nem para comprar dois litrões de cerveja”, ironizou Barba.  




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