Política Titulo Ribeirão Pires
Indeferido, Kiko rejeita trocar chapa e mantém candidatura

Justiça barra projeto à reeleição, coordenação cogita mudança, mas tucano refuta sair do pleito

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
27/10/2020 | 00:02
Compartilhar notícia


O indeferimento do registro de candidatura do prefeito de Ribeirão Pires, Adler Kiko Teixeira (PSDB), que busca a reeleição, abriu crise dentro da coordenação de sua campanha. Parte dos aliados pediu para que Kiko renunciasse e abrisse espaço ao vice, Gabriel Roncon (PTB), mas o tucano bateu o pé e informou ao grupo que manterá a candidatura na esperança de obter recursos em instâncias superiores.

A sentença da juíza Maria Carolina Marques Caro Quintiliano, da 183ª Zona Eleitoral de Ribeirão, foi publicada inicialmente na noite de domingo, sob alegação de que Kiko não tinha apresentado toda documentação exigida. Ontem à tarde, ela retificou sua posição e enquadrou o prefeito na Lei da Ficha Limpa, por causa de condenação por improbidade administrativa da época em que o tucano foi prefeito de Rio Grande da Serra.

A decisão foi proferida no último dia do prazo legal para mudança na chapa – 20 dias antes do pleito, marcado para o dia 15 de novembro –, fato que provocou verdadeiro rebuliço nos bastidores. Série de reuniões foi realizada no intuito de discutir o futuro da candidatura governista.

À tarde, presidentes de partido, Kiko, Gabriel Roncon e seu pai, Gildinho Roncon, se reuniram. A pressão para que Kiko renunciasse foi grande, uma vez que a coordenação entende que há pouco tempo para buscar uma reversão jurídica da punição – a esperança dos advogados do prefeito é um efeito suspenso da condenação por improbidade no STF (Supremo Tribunal Federal), passo que foi negado na avaliação monocrática do ministro Ricardo Lewandowski, mas que pode ser analisado pelo colegiado.

A ideia, defendida pela maioria, segundo apurou o Diário, era colocar Gabriel na cabeça da chapa e incluir o ex-prefeito Luiz Carlos Grecco (PSDB) como vice. Também se cogitou o nome de Flávia Dotto (PSDB), mulher de Kiko, como número dois. O prefeito, entretanto, foi irredutível: bancou o projeto e disse que vai reverter o cenário no STF.

Kiko foi condenado por ter admitido filho de um secretário em Rio Grande via terceirizada contratada pela Prefeitura. O caso se enquadrou como nepotismo. A condenação em segunda instância saiu em 2018.

Ao Diário, a coordenação garantiu que a campanha prossegue. “O departamento jurídico da campanha irá recorrer (do indeferimento). Essa decisão da juíza não interfere no andamento da campanha, que segue normalmente com sua agenda.” 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;