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Giovana, 6 anos, de São Caetano, recebe coração no Incor
Leonardo Fuhrmann e Melina Dias
Do Diário do Grande ABC
23/09/2007 | 07:40
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O Incor (Instituto do Coração) de São Paulo fez na madrugada de sábado dois transplantes de coração de crianças. Segundo o professor Miguel Barbero Marcial, chefe do Departamento de Cirurgia Cardíaca Infantil do hospital, o Incor estava desde novembro do ano passado sem fazer uma cirurgia desse tipo. “Em 15 anos de experiência neste tipo de cirurgia aqui no Incor, nunca passei tanto tempo sem fazer um transplante”, diz.

No primeiro caso, uma menina de 2 anos recebeu o coração de um menino de 6, que morava em Diadema e morreu em um acidente.

A menina Giovana Rodrigues de Paula, 6 anos, moradora de São Caetano, recebeu o coração de um pré-adolescente que morreu aos 12 anos. Os transplantes seguem uma fila, além de respeitar, é claro, a compatibilidade entre o órgão e o receptor.

As duas crianças sofriam de uma doença chamada miocardiopatia dilatada, em que o coração aumenta de tamanho e vai perdendo gradativamente a sua capacidade de se contrair para fazer o bombeamento do sangue para o corpo.

O irmão de Giovana, Gabriel Augusto Qualiato, conta que a família descobriu a doença em exames de rotina em abril passado. A garota não apresentava sintomas. “Ultimamente, por determinação médica, as brincadeiras foram restritas a jogos e ela só podia freqüentar a escola meio período”, diz o rapaz.

“É uma doença que pode ser congênita ou uma conseqüência de um vírus, da gripe por exemplo, em um momento em que o sistema imunológico está debilitado”, explica o médico. No começo de agosto, o Incor tinha 14 crianças na fila do transplante, 5 morreram, duas receberam os órgãos agora e outras sete continuam na fila. Destas, duas estão internadas na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital.

Ele afirma que o maior problema para conseguir os transplantes é a demora para que seja comunicada a morte cerebral das pessoas. “Infelizmente, são muitos acidentes com crianças. Mas seria melhor que conseguíssemos receber as informações a tempo de salvar outras vidas”, diz Marcial.

A mãe de Giovana, Mônica, comemora o sucesso da operação. “O pós-operatório é delicado, mas passada essa fase é vida normal”, diz.

Como o transporte de Giovana para receber o coração precisava ser imediato, a família da menina avisou o serviço médico de emergência de São Caetano, que ficou de sobreaviso sobre o caso. “Conseguimos ir de São Caetano ao Incor (em Pinheiros, na Capital) em 14 minutos. Dava para ver que os pais estavam apreensivos, mas bastante confiantes. O que mais me chamou a atenção foi a fé deles, que rezavam bastante”, diz Lisdimar da Costa Lima, que os transportou.

Até o fechamento desta edição, segundo a assessoria de imprensa do Incor, o estado de saúde das crianças permanecia estável.




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