Setecidades Titulo São Bernardo
Balsa do Riacho tem
sujeira e vandalismo

Usuários também reclamam da falta de coletes salva-vidas;
responsável afirmou em nota que limpeza é feita diariamente

Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
03/05/2012 | 07:00
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Bancos quebrados, sujeira e, em dias de chuva, água e barro. Essa é a rotina dos pedestres na Balsa João Basso, que faz a ligação entre os bairros Riacho Grande e Santa Cruz sobre a Represa Billings, em São Bernardo.

O Diário esteve na embarcação na tarde de ontem e viu bancos com lascas de madeira à mostra e cobertos de poeira. Pelo chão, embalagens e restos de comida e bitucas de cigarro. No teto, teias de aranha, além de grande quantidade de mosquitos. Em nota, a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energias), administradora do local, diz que a limpeza é feita diariamente.

"A culpa pela sujeira é do povo mesmo", definiu a agente de apoio Daniella Lidoar, 20 anos. Todos os dias, ela pega a balsa para poder chegar ao trabalho. Durante todo o trajeto, prefere ficar em pé. "Não dá para se sentar nos bancos, que estão imundos. O povo não ajuda, joga lixo no chão."

A empregada doméstica Andréia Pontes, 27, improvisa passando as mãos sobre o banco e depois as limpa em um lenço. Em seguida, abre um pedaço de papel e senta sobre ele. "Todo dia a gente volta cheirando mal para casa. E ninguém gosta de se sentar do nosso lado no ônibus", brincou.

Não há nenhum controle no local. A catraca, instalada para limitar o embarque de 238 passageiros por vez, foi furtada, segundo funcionários. Os 7 mil pedestres que usam a embarcação diariamente têm a segurança ameaçada, já que não há coletes salva-vidas para todos. "A gente põe, vem alguém e leva embora. É assim sempre", diz um funcionário.

Mesmo assim, há quem aprove. "O povo reclama demais. Se começassem a cobrar, tudo bem, mas é de graça, aí não dão o valor que merece", disse a comerciante Neusa Silva, 64, que faz a travessia há 50 anos. "É claro que a solução seria fazer logo uma ponte. Mas para quem tinha que atravessar a nado, como eu fazia quando cheguei, hoje já está bem melhor."




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