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Imprensa fala sobre absolvição de ex-mordomo de Diana
Da AFP
02/11/2002 | 14:14
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A inesperada absolvição ontem do ex-mordomo da princesa Diana, Paul Burrell, 44 anos, depois de uma intervenção sem precedentes da rainha Elizabeth 2ª, poderia prejudicar a credibilidade da monarquia e da própria soberana, segundo avalia neste sábado a imprensa britânica.

Todos os jornais trazem o assunto em suas primeiras páginas, e vários títulos com as palavras ditas por Burrell ao ser abolvido na véspera, acusado de furto de 300 objetos pertencentes à falecida princesa: "a rainha veio em meu auxílio".

Os analistas perguntam justamente sobre a tardia intervenção da soberana e suas consequências no papel da instituição monárquica. "O papel da monarquia questionado depois da espetacular queda do caso Burrell", é a manchete do "Financial Times".

Para o jornal "The Independent", a rainha Elizabeth cometeu evidentemente "um erro de apreciação" ao esperar cinco anos para revelar que tinha conversado privadamente com Paul Burrell poucas semanas depois da morte da princesa de Gales, em agosto de 1997.

Durante essa conversa, o ex-mordomo disse a rainha que tinha recolhido alguns "papéis" que tinham pertencido a Diana, para "guardá-los" em lugar seguro. A rainha somente revelou isso aos investigadores do caso na semana passada, provocando desta maneira o cancelamento do julgamento, que começou no dia 14 de outubro, informou o promotor William Boyce ao jurado.

Depois, com os escândalos que se seguiram à morte da princesa, simplesmente não teve coragem de devolvê-los, segundo o ex-mordomo. O processo, que deveria durar seis semanas, foi pura e simplesmente anulado, e o acusado saiu livre e chorando de emoção do tribunal de Londres. Como Burrell foi acusado sem base -porque não disse a ninguém que guardava esses objetos-, "a promotoria entende que não existe nenhuma perspectiva de condenação nesse caso", concluiu o tribunal, pondo fim ao processo.

O incrível desenlace provocou muitos questionamentos, como por quê Burrel esperou até agora para falar que tinha conversado com a rainha a respeito. "Por lealdade" a Diana e à família real, explicaram na sexta-feira seus advogados.

"Este assunto poderia provocar mais danos à monarquia que todos os escândalos ou gravações sórdidas, especialmente por causa da má imagem que ficou da soberana", comentou o jornal "The Independent". O "Times" também se pronunciou nesse sentido, dizendo que o processo "prejudicou a credibilidade" da família real e da justiça.




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