Setecidades Titulo Pedestres lideram
Mortes no trânsito do Grande ABC dobram em outubro

Foram registrados 20 óbitos no mês passado contra dez no mesmo período de 2018, diz Infosiga

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
20/11/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


O número de mortes no trânsito do Grande ABC em outubro dobrou em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com os dados do Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo), divulgados ontem, a região contabilizou 20 vítimas fatais no mês passado contra dez em outubro de 2018.

A maior parte das vítimas (40%) é composta por pedestres e homens (95%) e mais da metade dos incidentes (55%) ocorreram aos fins de semana. No acumulado do ano, a região teve 89 mortes.

Na série histórica, desde 2015, o número de mortes oscilou ano a ano. Sociólogo e consultor em segurança do trânsito, Eduardo Biavati ponderou que a situação demonstra que as estratégias de segurança que vêm sendo colocadas em prática pelo poder público são ineficazes. “Seja o policiamento, a fiscalização, a comunicação com a população. Nitidamente, não está funcionando”, pontuou. Para o especialista, a cada queda nos dados há a celebração de vidas poupadas e, no aumento, o lamento, mas não existem medidas eficazes o bastante para promover uma tendência de queda nos indicadores. “É preciso autocrítica dos gestores e mudança nas atitudes, pesquisas prévias e posteriores à implantação de ações para avaliar a expectativa da população e os resultados”, considerou.

DPVAT

O consultor destacou que a medida provisória 904/2019, publicada em 12 de novembro, e que extingue o DPVAT (Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores) é “uma das coisas mais horrorosas vistas nos últimos anos”. “Se a gente analisar essas 20 mortes no trânsito do Grande ABC, quantos são de pessoas pobres? Quantas famílias tiveram na indenização (cerca de R$ 13 mil) o único recurso para aquela emergência”, questionou.

O especialista observou, ainda, que metade do recurso é destinada ao SUS (Sistema Único de Saúde) e que o fim deste imposto vai precarizar não só o atendimento de vítimas de acidentes no trânsito, como toda a estrutura do SUS. “É uma mudança que atende a uma demanda específica, de motoristas profissionais, mas que vai prejudicar todos”, concluiu. 

A MP deve ser aprovada no Congresso em até 120 dias para não perder a sua validade.




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