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Cartão de crédito e débito custa caro, mas reduz perda no comércio
Por Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
22/04/2006 | 08:26
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Para combater o prejuízo causado pelos cheques sem fundos, cada vez mais os estabelecimentos investem nas formas eletrônicas de pagamento. Os cartões de crédito ou de débito garantem que o valor cobrado será entregue ao comerciante. Mas as facilidades desses serviços têm um custo bastante alto, já que é necessário pagar um aluguel das máquinas de fatura e taxas administrativas para as operadoras.

Quem percebeu isso de perto foi a comerciante Sandra Yuriko Tenguan, de Santo André, que decidiu implantar o sistema de cartão de débito em sua loja de produtos de R$ 1,99. “Fizemos isso para evitar a inadimplência e para incentivar o volume de compras de cada cliente”, explica. Com o tempo, Sandra decidiu que esse custo não compensava para o seu estabelecimento. “O perfil da loja não comporta mesmo isso. A margem de lucro já é pequena e o volume de vendas também. Ficou inviável e cancelamos o serviço”, conta.

Mas para outros estabelecimentos a cobrança eletrônica é uma exigência do mercado. É o caso da Casa da Costela, no bairro Jardim, em Santo André. “Em todos esses anos, recebi, no máximo, 50 cheques sem fundos. Então, pelo lado da inadimplência, não temos muito problema. Só que muita gente não gosta de usar dinheiro ou cheque, e prefere só utilizar os cartões de débito e crédito. Por isso, se não oferecermos essa forma de pagamento, perdemos clientes”, conta o proprietário Mitsuo Ustumi.

O pagamento eletrônico não é o preferido de Ustumi. “O custo é muito alto. Para cada compra, as operadoras de cartão cobram 3,2% do valor total como taxa administrativa. Mais a locação da máquina, que no caso da Visa é de R$ 85 por mês, e no caso da Redecard é de R$ 69”, explica.

Outro fator negativo é a demora no faturamento. Ustumi conta que um pagamento em cartão Visa demora 15 dias para cair e o da Redecard demora 31 dias. “Isso dificulta muito a nossa situação porque ficamos com problemas de caixa, sem capital de giro. E isso acaba onerando os consumidores que pagam com dinheiro e cheque, já que temos de ratear esse custo”, afirma o proprietário.




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