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'Lixo' digital vira arte e é doado a projetos sociais
Por Do Diário do Grande ABC
26/09/2004 | 16:20
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Processadores, placas, teclados, monitores, computadores. O que era equipamento de ponta há dez anos atrás já virou entulho para as grandes empresas. O trabalho desenvolvido há dois anos pelo projeto Metareciclagem, no Parque-Escola, em Santo André, é justamente aproveitar essas peças e recuperar as máquinas, que ganham ainda nova pintura, feita por um artista plástico. Cerca de 130 computadores já foram doados a projetos sociais da Prefeitura, escolas, entidades de bairro e associações de comunidades carentes.

O projeto de inclusão digital começou como uma lista de discussão. “Mas cansamos de ficar só na teoria e partimos para a prática”, conta o engenheiro Dalton Martins, responsável pelo MetaReciclagem. Surgiu, então, uma parceria entre o projeto, a ONG (Organização Não-Governamental) Agente Cidadão e a Prefeitura de Santo André.

Segundo Martins, o objetivo do projeto é democratizar ferramentas tecnológicas e meios de informação. Para isso, foi desenvolvido o MetaLinux, sistema operacional em software livre, que torna ainda mais fácil o aprendizado para usuários iniciantes. “Pessoas que nunca mexeram num computador passam a acessar a internet, editar textos, fazer planilhas, entre outras coisas”, explica Martins.

Arte – Cada máquina que sai da oficina do MetaReciclagem também é uma obra de arte. O responsável pelas cores fortes e pelo traço inspirado no grafite e nas xilogravuras de cordel é o artista plástico Glauco Paiva. “É incrível como muda a relação das pessoas com a informação”, conta Paiva.

Paiva explica que seu objetivo é “humanizar” a tecnologia. “Quando as crianças entram num laboratório colorido desse jeito, elas pensam que estão no parquinho”, diz o artista, que além de pintar os computadores também se dedica a transformar televisores, impressoras e todo tipo de lixo eletrônico em esculturas.

Nenhum dos computadores do artista, que pintou cem dos 130 computadores recuperados, é igual. “Como queremos romper com a industrialização da tecnologia, isso é fundamental. Cada máquina é uma obra diferente, faz parte de uma série”, explica.

Artista plástico “desde sempre”, Paiva começou no MetaReciclagem há um ano. “Já trabalhava com arte aqui no Parque-Escola. Foi aí que conheci o Dalton”, lembra. A parceria deu certo. “Hoje eu humanizo os computadores por fora e ele (Dalton) por dentro”.

Doações – No Grande ABC, as doações ao projeto podem ser feitas no Parque Escola (rua Anacleto Popote, 46, no bairro Valparaíso) ou pelo site da ONG Agente Cidadão (www.agentecidadao.org.br).

Colaborou Artur Rodrigues




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