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Policial frustra assalto ao perceber ladrões em lotérica
Por Artur Rodrigues
Especial para o Diário
31/12/2004 | 12:17
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O costume de um investigador da Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes) São Bernardo de fazer uma fézinha na Mega Sena foi responsável pela prisão de quatro assaltantes nest6a quarta, em uma lotérica no bairro Planalto, em São Bernardo. O policial estava na lotérica e percebeu a entrada dos assaltantes. Saiu discretamente e avisou outros dois investigadores. Cerca de 20 minutos depois, os três policiais prenderam José Laurindo de Lima, 36 anos, Jeová Inácio da Paz, 24, Fábio Martins, 23, e Rubens Pereira da Costa, 38, quando saíam da loja. O circuito interno da lotérica filmou toda a ação dos assaltantes.

Os homens ainda tentaram reagir à prisão. Lima, o motorista do grupo, que esperava em um Santana branco em frente ao local do crime, disparou contra os policiais, que revidaram. O assaltante foi atingido por um tiro de raspão na cabeça e outro na mão.

Segundo a polícia, entre os criminosos, o único que não tinha passagem por roubo era Lima. Os quatro – presos com um revólver calibre 38, uma pistola 765 e R$ 2 mil roubados da lotérica – foram levados para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Mauá.

O delegado seccional de São Bernardo, Marco Antônio de Paula Santos, diz acreditar que a quadrilha tenha realizado outros crimes semelhantes a lotéricas. “Tudo leva a crer que eles devam ser especializados nesse tipo de assalto. Mas só teremos certeza após identificarmos pelo menos mais três crimes cometidos pelo mesmo grupo.”

O modo como os assaltantes agiram durante o roubo foi o que levou a polícia a acreditar que as lotéricas são a especialidade da quadrilha. Pelo vídeo do circuito interno da loja pode-se perceber uma ação coordenada por parte dos homens. Um deles entra para observar o ambiente. Depois, dá o sinal para a entrada de outro, que rende os funcionários. Um terceiro assaltante recolhe o dinheiro, enquanto o motorista do bando espera no carro, pronto para a fuga.

Lotéricas – Os lotéricos do Grande ABC reivindicam nos últimos seis meses maior atuação da polícia para prevenir os freqüentes assaltos às lojas da região. Um dos últimos casos ocorreu no mês passado, quando o policial militar Etelvino de Oliveira Pauta, 38 anos, foi assassinado com dois tiros na cabeça durante assalto à casa lotérica Lui Loterias, localizada na avenida Maria Servidei Demarchi, no bairro Demarchi, em São Bernardo.

Segundo o delegado seccional, Marco Antônio de Paula Santos, a polícia enfrenta dificuldades para combater esse tipo de crime porque os donos das lotéricas não têm o costume de fazer o boletim de ocorrência. “É fundamental que os casos sejam registrados para que possamos agir de forma direcionada, baseados em estatísticas, contra esses assaltos”, afirma.

Sylvio Luongo, presidente da Associação dos Lotéricos do Estado de São Paulo, alega que os altos preços cobrados pelas seguradoras estão entre os principais motivos para que os donos de lotérica não comuniquem os crimes à polícia. “Se a loja é roubada uma vez por ano, você paga um preço no seguro. Se é roubada duas, outro. Se o local é muito assaltado, às vezes, a seguradora intima o cliente a mudar o endereço da lotérica para renovar o seguro”, explica Luongo.




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