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Andarilho que matou moradores de rua é preso
Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
01/09/2017 | 07:00
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 Foi preso, na manhã de ontem, o homem que matou a pauladas dois moradores de rua no domingo, no bairro Casa Branca, em Santo André. Manoel Almeida da Silva, 46 anos, que também é andarilho, foi encontrado no cruzamento da Avenida João Ramalho com a Rua Coronel Ortiz, área central da cidade, durante patrulhamento da PM (Polícia Militar). Ele não resistiu à abordagem e confessou o crime, por motivo de “vingança”, após discutir, horas antes, com as vítimas, Fabio Netto das Neves, 48, e o inglês Michael Steer Renshaw, 50.

Na chegada à Delegacia de Homicídios da Seccional de Santo André, indagado por jornalistas, Silva reafirmou a autoria do assassinato e disse que estava arrependido. Em depoimento ao delegado Marcio Tosatti, Silva contou que, no domingo, após ter ingerido bebida alcoólica, teria se deitado para descansar, mas Neves e Renshaw o chamaram para jogar dominó. Ao se recusar, discussão teria ocorrido. “Ele alega que foi segurado pelo Michael e agredido com tapas na cara pelo Fábio. Ficou remoendo aquela agressão e que aquilo não poderia ficar daquela forma”, relatou o delegado.

A ideia de Silva era encontrar algum terreno em obra para que pudesse pegar pedaço de madeira para atacar as vítimas. No entanto, o andarilho localizou, no estacionamento de um salão de cabeleireiro, a barra de ferro utilizada para agredir os colegas de rua. “Ele disse que o objetivo era machucá-los e que não sabia que tinham morrido. No dia seguinte, encontrou outros moradores de rua, que falaram sobre o caso, e ligou uma coisa a outra”, destacou Tosatti.

Após tomar conhecimento do crime, Silva se deslocou até o Centro de São Bernardo, onde permaneceu até ontem. “A ideia foi voltar pela manhã para pegar as coisas dele próximo de onde foi preso e procurar parentes que moram na comunidade Tamarutaca (em Santo André), porque acreditava que poderia ir para a Bahia”, observou o delegado.

Silva já tinha passagens pela polícia por furto, violência doméstica e falta de pagamento de pensão alimentícia. Com prisão decretada por 30 dias, ele foi levado para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Santo André. “Vamos representar pela prisão preventiva dele assim que terminarmos o inquérito”, disse Tosatti. “Ele vai responder por duplo homicídio qualificado por motivo futil, crime cuja pena varia entre 12 a 30 anos de prisão”, completou.

Ao ver a notícia da prisão, irmão e duas sobrinhas de Silva, que preferiram não se identificar por medo de retaliações, foram à delegacia. Os familiares contaram que ele vivia há mais de 20 anos nas ruas, levado à situação por problemas com álcool e drogas, e que a última vez que o viram foi em janeiro, quando ele visitou a família. “Não dá para acreditar que ele fez isso. Ele não estava são, se estivesse não teria feito. Só é valente bêbado, drogado”, declarou uma das sobrinhas.




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