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Esperança ali adiante

Em pé, mas com vários problemas, Conchita
de Moraes pode finalmente passar por reforma

Por Vinícius Castelli
03/07/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


O sonho é que, num futuro não muito distante, os carrinhos de pipoca estejam em frente a um Teatro Conchita de Moraes reformado e pronto para receber a população, que desfrutará novamente do aparelho público cultural. Ao menos é o que espera concretizar a secretária de Cultura andreense, Simone Zárate, até o fim deste mandato.

Situado em local agradável com ‘ar de Interior’ em Santo André, no bairro Santa Terezinha, em frente à Praça Rui Barbosa, o Conchita já foi palco de diversas apresentações teatrais, principalmente nos anos 1970, 1980 e 1990. Até festival de música já recebeu. Fato é que, há tempos, espera por devido restauro.

Levantado nos anos 1950 pelo governo do Estado para servir como auditório da escola EEPG Carlina Caçapava de Melo, tornou-se palco do teatro amador do Grande ABC. A partir de 1963 passou a abrigar o Fetasa (Festival de Teatro Amador de Santo André). Em 1970, com a reivindicação do Grupo Teatro da Cidade, começou a ser controlado pelo município. O fato foi marcado no dia 29 de março do mesmo ano com a apresentação de A Cidade Assassinada, de Antonio Callado (1917-1997).

O espaço está em pé, tem história, palco grande. Mas anos depois de seus ótimos momentos, o Conchita, que abriga ainda hoje a ELT (Escola Livre de Teatro), precisa de diversos cuidados. “O teatro tem série de problemas”, afirma Simone. Segundo a secretária, é necessário refazer toda a parte elétrica, o que inclui fiação e a iluminação cênica.

Além da necessidade de novas cores nas paredes das partes internas, o exterior do teatro apresenta muros e portão muito pichados, além de pintura deteriorada. Precisa de cuidado e carinho.

Com capacidade para cerca de 200 pessoas, o local tem boas poltronas, herdadas do também andreense Cine Teatro Carlos Gomes. Elas oferecem boa visão do palco de qualquer lugar. Um ou outro assento precisará de reforma. Nada muito grave. Segundo a arquiteta do Paço Fátima Mônaco, elas estão firmes e são adequadas para o local. Os camarins também estão inteiros e com espelhos em bom estado. Necessitam de pintura e algum outro detalhe.

Se do lado de fora o Conchita parece de médio porte, por dentro impressiona. O local conta ainda com salas anexas que, além de servirem para as aulas da ELT, são espaços usados para ‘apresentações itinerantes’ da escola. Há ainda galpão para guardar material. No andar de cima tem sala de dramaturgia, escritório e banheiros, além da área da técnica.

Grande problema é a falta de acessibilidade para deficientes físicos. “É um local antigo, de quando não existiam essas normas”, explica a arquiteta. Segundo ela, não é algo simples de se resolver, “mas com projeto nas mãos, há solução”. É necessário pensar em rampa ou até mesmo elevador interno. Outro fator que merece muita atenção, de acordo com Simone e Fátima, é a infiltração de água que ocorre pelo telhado. A arquiteta explica que ele tem menos de 3% de inclinação, o que causa vários problemas.

“A ideia é conseguirmos arrumar o Conchita e que ele volte a atender a população”, diz a secretária. Os trabalhos da ELT, no futuro, seguem, mesmo com o espaço aberto para agenda. “É um teatro da cidade”, afirma ela.

Simone diz que o Paço até consegue arcar com alguma coisa ou outra, mas nada muito grande. De acordo com a secretária, a Prefeitura está em tratativa com algumas pessoas para ver se, por meio de leis de incentivo, consegue fundos para a reforma geral do aparelho cultural. O valor necessário para deixar o Conchita como a cidade não vê há muito tempo é de cerca de R$ 6 milhões.

Nos governos de João Avamileno (2002-2008) e Aidan Ravin (2009-2012) foram feitas promessas de diversas adequações no local, mas nenhuma de peso foi realmente realizada. Em 2013, durante o governo de Carlos Grana, o MP recomendou o fechamento do espaço por falta de segurança. À época foram constatados vários problemas de infraestrutura, como complicações de infiltração e telhado avariado a danificações na fiação elétrica, além de falta de saídas de emergência. No ano seguinte o Paço anunciou reforma do local, o que não aconteceu.

>Diário faz série de reportagens para avaliar os teatros da região.




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