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Zoo devolve animais à natureza

Por Matheus Angioleto
Especial para o Diário
02/04/2017 | 07:00
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André Henriques/DGABC


“A fauna está em nosso quintal.” A frase, de Marcelo Gomes, 50, médico veterinário do Zoológico de São Bernardo, exemplifica a importância da valorização de um espaço que conta histórias e passa conhecimento por meio de sua fauna e flora todos os dias, além de resgatar animais e devolvê-los para a natureza.

O zoológico, que fica dentro do Parque Estoril, apresenta proposta de trabalho distinta de outros locais. Para os funcionários que lidam com os protagonistas do espaço, o bastidor que trata a fauna acidentada do Grande ABC é o ponto mais importante.

Em 2015, 464 animais machucados, órfãos e baleados foram cuidados. No ano passado, o espaço cuidou de 484 bichos nas mesmas situações. “Nossa porcentagem de devolução à natureza está entre 45% e 55%. Uma parte vai a óbito e a outra, a gente assimila na nossa coleção na exposição”, conta Gomes.

Tem coruja sem olho, sem dedo, sem ponta de asa. Tucanos cegos, com bico ou asa fraturada. Lontras quase mortas por cachorro e anta, maior mamífero terrestre da América do Sul. Jaguatirica, jacaré-do-papo-amarelo, três espécies de papagaios (peito-roxo, de-cara-roxa e o chauá) estão na lista de animais em extinção.

O zoo – que abriga 270 animais no total, sendo que 200 estão em exposição e o restante passa por tratamento – vem resgatando o caráter de visitação e valorização do meio ambiente. “Ano passado recebemos um gavião peregrino, que migra do Canadá para o Brasil. Ele chegou aqui enganchado em linha com cerol. Você perde um animal por isso”, critica. “Queremos mostrar às pessoas que temos papel nessa história, e que a fauna está em nosso quintal. O Grande ABC é uma área muito rica, uma fauna que tem somente aqui. As pessoas não têm ideia desta importância”, aponta.

Gomes explica que o espaço recebe semanalmente cerca de 400 kg de vegetais, além de volume grande de ração e quantidade de carne uma vez por mês. A dieta é montada de acordo com a necessidade de cada um dos animais. Orquídea e Pitanga são duas onças pardas de 23 kg que chegaram ao zoo após a mãe ter sido morta, em Rio Grande da Serra. Considerados animais de personalidade forte, elas são cuidadas pelo tratador Lucas do Nascimento, 29.

“Elas estão presas porque não têm condições de ir à natureza, precisam receber o máximo de carinho e atenção, e algumas brincadeiras que saiam da rotina. Elas ficam ronronando, pois conhecem a gente. Isso é muito positivo, porque é sinal que estão felizes por serem bem tratadas”, considera.

A bióloga Jeniffer Novaes, 35, conta que as onças, que vivem em média 15 anos, foram criadas na mamadeira, motivo pelo qual é difícil soltá-las na natureza. “O risco de perder o animal não vale a pena, ainda mais sendo um carnívoro desse porte. É interessante para educação ambiental como exposição”, diz, ressaltando que o local é diferencial para atrair visitantes.


Teleférico oferece ampla visão da Mata Atlântica

O tradicional teleférico é uma das principais atrações do Parque Estoril. Após diversos problemas em sua história, o equipamento funciona normalmente nos dias de hoje, proporcionando visão ampla da Mata Atlântica e da Represa Billings durante o percurso de 750 metros.

A indicação é que mesmo as pessoas que têm medo de altura, mas possuem vontade de experimentar, arrisquem-se. O motivo, segundo frequentadores, é que vale a pena por conta da vista e da sensação de tranquilidade que o brinquedo proporciona.

A altura máxima de cerca de nove metros pode ser encarada por pessoas com estatura de, no mínimo, 1,20 m. No caso de crianças com altura menor do que a indicada, elas devem ir no colo de um responsável. O peso máximo suportado por cadeira é de 120 kg para o passeio, cuja duração é de dez minutos e custa R$ 10 a ida e R$ 16 ida e volta.

Administrador do parque, Luciano Cardoso, 42, afirma que no local há planejamento no que diz respeito à educação ambiental com escolas municipais e estaduais para que ocorra a popularização do Estoril de maneira intensiva relacionando a visitação a um conteúdo. “Temos todo um trabalho com a gestão ambiental para voltar a fazer isso. Vai ter toda uma programação, como vai ser para se inscrever. Isso está em avaliação”, projeta. 




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