A estação mais fria do ano é sinônimo de reaquecimento dos negócios para as lavanderias. A aproximação do inverno faz com que as pessoas tirem do guarda-roupa peças que já estavam esquecidas. Com isso, se torna necessário a manutenção e limpeza de roupas e artigos para casa, o que incentiva muita gente a recorrer as lavanderias domésticas. Segundo o Sindilav (Sindicato de Lavanderias e Similares do Município de São Paulo e Região), os serviços nessas empresas aumentam em até 30% nesse período, principalmente quando as temperaturas começam a cair efetivamente. Já a Anel (Associação Nacional de Empresas de Lavanderia) acredita que o movimento das prestadoras de serviço deva ser nos próximos meses 20% maior que em outras épocas do ano.

“A principal peça que chega às lavanderias é o edredom. O inverno é muito comemorado pelo setor. Deste mês até julho, deverá haver um bom crescimento de serviço”, afirma o presidente do Sindilav, Carlos Larocca. “A queda de temperatura neste mês já pode refletir na quantidade de trabalho nas empresas profissionais de lavagem doméstica”, completa. Outras peças que ganham cuidado especial esta época são casacos pesados, de fibras mais elaboradas e de couro.

No Brasil, o índice de uso das lavanderias é de 7% entre a população economicamente ativa, segundo o sindicato da categoria. Hoje, o serviço de lavagem e higienização de roupas é mais acessível e popular. “O preço não é caro e deflacionou devido à grande concorrência. No Grande ABC, usa-se bastante as lavanderias, já que os moradores têm um bom poder aquisitivo”, explica Larocca.

O presidente da entidade acredita que a popularização das lavanderias se deve ao crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho, diminuição do tamanho das residências, principalmente as áreas de serviço dos apartamentos, pelo crescimento no número de pessoas que moram sozinhas e em decorrência da criação continua de nova fibras para tecidos que requerem cuidados especiais. “Antigamente, tudo era de algodão. Hoje, há tecidos que não podem ser lavados de qualquer maneira e as lavanderias são preparadas para atender essa demanda”, diz. Na região há cerca de cem lavanderias, das quais 80% são domésticas.

Otimismo – As lavanderias da região acreditam que o inverno possa elevar em até 50% o serviço das empresas. É o que considera Neide de Oliveira, proprietária da Lav-Sec, de São Bernardo. “Cobertores e edredons são os primeiros a chegar. Depois vem os casacos”, diz.

Para se diferenciar das outras empresas do ramo do Grande ABC, a Lav-Sec adotou um sistema de cobrança por meio de cestos. “Como eu atendo muito um público solteiro ou que não tem tempo para lavar roupa, não cobramos por quilo, como fazem as outras, mas por cesto, que cabe quase seis quilos em peças e sai por R$ 23. A lavagem é separada das outras pessoas”, explica Neide. As roupas mais pesadas e acolchoados têm outras tarifas.

A Lavanderia Dry Clean ABC, de Santo André, espera que o movimento aumente em 20% no período mais frio. “As pessoas estão tirando as roupas pesadas e edredons do baú e trazendo para lavar. Em uma semana, já sentimos uma boa diferença”, conta Álvaro Chita, proprietário da empresa.

Chita afirma que muitas clientes levam os casacos para a lavanderia por não terem condições de lavá-los em casa. “Os tecidos mais modernos precisam de produtos especiais. Para nós é fácil, mas para quem não conhece, pode estragar a peça. É comum as pessoas virem aqui com a roupa já estragada”. Outro problema que o dono de lavanderia conta é que as pessoas tentam lavar cobertores e acolchoados em casa e acabam estragando a máquina de lavar roupa. “Não foi uma e nem duas vezes que as pessoas chegaram aqui com o edredom molhado porque quebrou o próprio eletrodoméstico”, comenta.