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EUA querem cooperar para êxito de Lula, diz Zoellick
Da AFP
01/01/2003 | 15:50
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O representante de Comércio dos Estados Unidos, Robert Zoellick, enviado por seu governo ao Brasil para a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, expressou nesta quarta-feira a vontade de seu país em cooperar para o êxito do novo governo.

"Queremos trabalhar com nossos amigos no Brasil para que a nova administração seja um êxito", afirmou Zoellick horas antes da posse de Lula e depois de se encontrar com o futuro ministro da Fazenda, Antonio Palocci.

Zoellick mostrou-se otimista em relação à nova administração brasileira. Depois de elogiar a "bem sucedida" transição e as "grandes coisas para o Brasil" feitas pelo governo do atual presidente, Fernando Henrique Cardoso, Zoellick referiu-se positivamente aos membros do novo governo. "Também acho que farão coisas fantásticas para o Brasil", afirmou.

O representante do governo norte-americano, responsável pelas negociações da Área de Livre Comércio para as Américas (Alca), que os Estados Unidos consideram uma prioridade, considerou uma honra poder participar na cerimônia de posse.

"Vi muita gente que veio de muitas partes do Brasil para celebrar, não apenas a posse do presidente Lula, como também a democracia no Brasil", afirmou, em breve comentário à imprensa.

Apesar de alguns reveses ao longo da campanha que o levou à vitória nas urnas, Lula começou com pé direito suas relações com os Estados Unidos. Em novembro passado, a administração norte-americana enviou vários representantes para estabelecer os primeiros contatos e, no último dia 10 de dezembro, Bush e Lula se encontraram na Casa Branca. Na ocasião, Lula afirmou estar decidido a "fazer todo o necessário para aprofundar as relações com os EUA".

"Sinto que conseguiremos trabalhar muito bem com a nova administração em termos de comércio, na Organização Mundial do Comércio (OMC), na Alca e bilateralmente", afirmou o adjunto de Zoellick, Peter Allgeier.

O programa de governo de Lula mantém uma posição crítica em relação à Alca e afirma que a mesma não será aceita se persistir a posição protecionista dos Estados Unidos.

Durante a campanha, Lula referiu-se uma vez a Zoellick como o "sub, do sub, do sub" da administração Bush, negando-se a contestar algumas declarações do norte-americano, afirmando que ou o Brasil se associava à Alca ou podia formar um bloco à parte.

Nesta quarta-feira, Palocci e Zoellick conversaram sobre o programa econômico do novo governo, que assume com uma difícil situação, inflação alta, crescimento escasso, turbulência financeira aguda e déficit social elevado. Este programa deve contar com um empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI) de US$ 24 bilhões para garantir a transição.

Zoellick se reunirá nesta quinta-feira com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e das Relações Exteriores, Celso Amorim. Acompanham a Zoellick o senador republicano Michael Enzi e o assessor especial de Bush para assuntos norte-americanos, John Maisto.




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