Um escândalo de pedofilia envolvendo padres católicos e uma equipe especial de jornalistas tece a trama de Spotlight: Segredos Revelados, que estreia hoje nos cinemas.

Baseado em uma história real, o drama dirigido por Tom McCarthy foca em contar os fatos sem floreios, da forma nua e crua como acontecem. Por se dramático por natureza, a opção do diretor de não acrescentar mais sensacionalismo ao roteiro torna o filme agradável e empolgante para quem assiste, sem transformá-lo em um melodrama.

Em 2001 a equipe Spotlight do jornal The Boston Globe, nos Estados Unidos, reuniu milhares de documentos capazes de provar décadas de abusos sexuais em crianças, realizados por padres que eram acobertados por seus líderes religiosos sem punição.

De forma bem realista, a trama mostra os bastidores da notícia, os percalços enfrentados pelos jornalistas, os sacrifícios e batalhas para fazer a história ser publicada. Sem aprofundar demais os conflitos enfrentados pelos protagonistas, a responsabilidade de dar o tom dramático que a história exige fica à cargo dos personagens secundários, que interpretam vítimas que fazem relatos chocantes de como foram molestadas na infância.

Considerado de peso, o elenco conta com Michael Keaton, Rachel McAdams, Liev Schreiber, John Slattery, Satanley Tucci e o destaque é Mark Ruffalo, que interpreta Mike, um repórter apaixonado pela profissão e que se afeta emocionalmente com os fatos.

Spotlight foi considerado um dos trabalhos mais ambiciosos de McCarthy até hoje. Eleito pela Sociedade Nacional de Críticos de Cinema dos Estados Unidos como o melhor filme de 2015 (a estreia no país foi em novembro), também recebeu três indicações ao Globos de Ouro – melhor filme dramático, diretor e roteiro – premiação que acontece no dia 10 e é considerada uma forte aposta para o Oscar deste ano.