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Escola ocupada em Sto.André recebe show de grupo musical

Integrantes de O Teatro Mágico visitaram a EE Marajoara 2 e apoiaram movimento

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
10/12/2015 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Alunos que ocupam desde o dia 23 de novembro a EE Marajoara 2, no Parque Marajoara, em Santo André, receberam na tarde de ontem a visita do grupo musical O Teatro Mágico. Embora já tenham percorrido outras unidades na Capital, esta foi a primeira na qual os integrantes fizeram show para os estudantes. A apresentação durou em torno de uma hora.

“Ocupar a escola não é uma atitude radical, é o mínimo que poderia ser feito para ninguém fechá-la. Não é precarizando ainda mais o ensino que a Educação vai melhorar. Os alunos estão se politizando e se deram conta da força que eles têm quando estão organizados para tentar transformar uma escola. A gente apoia o movimento”, disse o líder da banda, Fernando Anitelli, que, acompanhado dos jovens, conheceu as dependências da unidade. “O que todos nós queremos é Educação com qualidade, é o pessoal se envolvendo, redescobrindo a escola, transformando esse espaço”, completou.

A partir de reunião entre as escolas ocupadas em todo o Estado, que acontecerá amanhã, em Santo Amaro, na Capital, os alunos irão decidir se manterão ou não o movimento nas instituições. Apesar do anúncio feito pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), na sexta-feira, de que a reorganização escolar está suspensa, os estudantes ainda se sentem inseguros e, em muitas unidades, preferem continuar com as ocupações. “Queremos ter a certeza de que as matrículas do próximo ano continuarão aqui”, falou Kauê Henrique Vasques Amorim, 18 anos, da EE Marajoara 2.

De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, todos os alunos da rede estadual, incluindo os que seriam impactados pelo processo de reorganização, estão com as matrículas garantidas no próximo ano letivo. “A reorganização foi suspensa por meio do decreto número 61.692, de 5 de dezembro de 2015, e, portanto, não há motivo para que 126 unidades, que representam 2% das 5.147 escolas paulistas, permaneçam ocupadas”, ressaltou, em nota.

DESOCUPAÇÕES

Em Ribeirão Pires, a EE Álvaro de Souza Vieira, na Vila Gomes, seria desocupada ontem, porém, os jovens resolveram adiar a ação para amanhã a fim de organizar a unidade. “Vamos limpar tudo e colocar as cadeiras e carteiras nos lugares. Elas foram retiradas para dar espaço aos colchões enquanto ficamos acampados”, justificou o aluno Gustavo Alves Pereira, 17.

No Grande ABC, segundo a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado São Paulo), 15 unidades permanecem ocupadas pelo movimento.

A Secretaria Estadual de Educação informou que o cronograma de reposição de aulas está sendo elaborado e validado pelas diretorias regionais de ensino de acordo com proposta do conselho escolar de cada unidade, que levará em conta a data de cada ocupação. “Vale ressaltar ainda que em 96% das 5.147 escolas estaduais, o calendário oficial se encerrará entre os dias 18 e 23”, acrescentou a Pasta.

ATO

Por volta das 17h de ontem, em torno de 5.000 pessoas realizaram ato na Avenida Paulista, na Capital, contra a reorganização do ensino e por melhorias na Educação. Os manifestantes também exigiram a abertura de uma investigação sobre a atuação dos policiais militares nos protestos estudantis das últimas semanas, já que muitos atos registraram violência por parte das forças de Segurança.

Por volta das 19h, os dois sentidos da avenida foram fechados pelos manifestantes, munidos de faixas e cartazes com palavras de ordem contra a mudança no ensino que implicaria no fechamento de 94 escolas, sendo seis localizadas no Grande ABC. (com Agências) 




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