Política Titulo Desfiliação
Márcio Chaves deixa PT rumo ao PSD

Militante histórico da legenda, ex-vice-prefeito de Mauá é cotado para compor a chapa de Volpi

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
30/09/2015 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


Ex-vice-prefeito de Mauá, Márcio Chaves entregou ontem sua desfiliação do PT, como havia antecipado o Diário. Escanteado no petismo e longe do protagonismo eleitoral na cidade, Márcio está de malas prontas para o PSD, onde deverá comandar o diretório municipal.

Militante histórico do PT mauaense e um dos fundadores da legenda no município, o agora ex-petista é cotado para compor como vice na chapa a ser encabeçada por Clóvis Volpi (PSDB), ex-prefeito de Ribeirão Pires, em embate direto com o prefeito Donisete Braga (PT) na eleição de 2016.

Há pouco mais de duas semanas, Márcio se encontrou com Volpi e com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), na casa do cacique pessedista. Na ocasião, foi convidado a integrar a legenda, hoje presidida em Mauá por Bianca Donatiello Lopes, filha do vereador Manoel Lopes (DEM).

Embora não tenha causado espanto entre os petistas – Márcio já estava afastado do cenário político –, a desfiliação do ex-vice-prefeito é a primeira grande perda para o PT no Grande ABC. A sigla enfrenta desgaste político por envolvimento em corrupção e assiste, a um ano da eleição municipal, à maré de desfiliações de petistas que temem que a crise interna impeça êxito nas urnas. No mês passado, o PT perdeu o único prefeito do partido que comandava uma capital no Nordeste, o chefe do Executivo de João Pessoa (Paraíba), Luciano Cartaxo, que também vai para o PSD.

“Achei (a saída) equivocada, pois todo o partido passa e já passou por algum desgaste. Se ele têm desejo de voltar à cena política, que o fizesse pelo PT, pois tem história com a legenda. Respeito a decisão dele e, como amigo, desejo boa sorte”, comentou o secretário de Governo, Edílson de Paula (PT).


HISTÓRICO
Márcio iniciou sua carreira política em grupos ligados à igreja católica. Na década de 1980, durante o nascimento do PT, ajudou a fundar o partido em Mauá. Em 1988 , elegeu-se vereador como o mais votado da legenda: 1.506 votos. Quatro anos depois, foi o nome do petismo na disputa pela Prefeitura, mas foi vencido por José Carlos Grecco.

Entre 1993 e 1996, atuou em Diadema, na primeira gestão de José de Filippi Júnior (PT), onde comandou as secretarias de Finanças, de Administração e comandou a hoje extinta ETCD (Empresa de Transporte Coletivo de Diadema). Em 1996, venceu o pleito como companheiro de chapa de Oswaldo Dias (PT), eleito prefeito. A parceria foi repetida em 2000 e novamente obteve êxito.

Em 2004, novamente como candidato do PT ao Paço, foi o mais votado no primeiro turno em briga com Leonel Damo (PMDB), mas o ex-prefeito levou o páreo no segundo turno depois que o petista teve a candidatura cassada pela Justiça Eleitoral na véspera da eleição pelo polêmico caso do Túnel do Tempo. Três anos depois, perdeu prévias para Oswaldo para ser o postulante da legenda em 2008. Em 2010, disputou, sem sucesso, cadeira na Assembleia Legislativa.

Márcio afirmou que só vai falar sobre saída do PT hoje.
 




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