Política Titulo Diante de crise partidária
Estadual do PT publica resolução que alerta sobre ação para requerer mandato de vereadores ‘infiéis’

No Grande ABC, três parlamentares podem entrar na lista judicial

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
14/09/2015 | 07:00
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O diretório paulista do PT, comandado por Emidio de Souza, formatou resolução, ratificada em agosto, que avisa que entrará com ação na Justiça Eleitoral para requerer o mandato de todos os vereadores e prefeitos ‘infiéis’ que abandonarem o partido. A legenda passa por uma das maiores debandadas de sua história devido à crise institucional, motivada por desdobramentos da Operação Lava Jato, desgaste do governo federal e divergências internas. Na lista regional, os parlamentares Pio Mielo, de São Caetano, Wagner Rubinelli e Rogério Santana – licenciado, hoje secretário de Serviços Urbanos –, ambos de Mauá, especulam saída.

Na região, o PT tem três prefeitos e 29 vereadores. O partido perdeu, até agora, 14 dos 68 chefes de Executivo no Estado ao justificar “desgaste” e “medo” de derrota na eleição, além da senadora Marta Suplicy, que formalizou afastamento em abril. No campo legislativo, o número foi de 47 baixas somente em São Paulo.

No documento, a executiva estadual lembra que o estatuto do partido, no artigo 73, afirma que desde o pedido de indicação como pré-candidato a cargo legislativo, o filiado se compromete rigorosamente a reconhecer de modo expresso, conforme no inciso 1º, que toda cadeira eletiva pertence à legenda e que suas instâncias de direção poderão adotar todas as medidas necessárias para preservar esse mandato se deixar a sigla ou dela for desligado.

Ao finalizar a resolução, o diretório petista relata que orientou as coordenações das macrorregiões e as executivas municipais sobre prazos e procedimentos administrativos e jurídicos para elaboração das ações “em conformidade com a legislação vigente e estatuto do PT”. “A estadual avoca para si todos os processos de expulsão contra filiados com mandatos, bem como tomará as providências necessárias para a defesa dos interesses do partido no que se refere à manutenção de suas cadeiras.”

Pio estuda migração para o PMDB para disputar o pleito do ano que vem. O petista, único representante da sigla na Câmara de São Caetano, se diz “desconfortável com a incoerência” do diretório local ao cogitar candidatura própria. Em relação a pedir a vaga, ele se diz “muito tranquilo”. “Primeiramente, depende da publicação da nova lei eleitoral, que configura, inclusive, prazos e regras. Eu quero paz com a direção. Construir novo caminho, sem esquecer as curvas que me trouxeram até aqui.”

Vereador em quarto mandato, Rubinelli alega que continua com o projeto de apoio a Donisete Braga (PT), porém, ao mesmo tempo, ressalta que perdeu espaço no governo. O parlamentar confirmou, recentemente, as sondagens de outras legendas, só que descartou deixar a sigla neste momento. Rogério Santana, por sua vez, mostra descontentamento dentro do PT e a condução do Paço. Já indicou, nos corredores, que se receber convite de outra agremiação, pode sair.

Segundo o texto avalizado pela Câmara Federal que trata da janela partidária, antes de expirar a nova data de até seis meses antes da eleição, haverá um intervalo de 30 dias para que interessados possam trocar de partido sem correr o risco de perder o mandato. Além dessa alternativa, prevê dois motivos para alteração que evitam sofrer sanções: “mudança substancial ou desvio reiterado no programa partidário” ou “grave discriminação política pessoal”.




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