A pressão pelos últimos resultados ruins interferiu no desempenho de Atlético-MG e Santos, ontem, em jogo antecipado da sétima rodada do Campeonato Brasileiro. O Galo tentava driblar a desconfiança do torcedor, enquanto o Peixe parecia ter assumido a baixa condição técnica e se contentou com empate por 2 a 2 no Estádio Independência, em Belo Horizonte.

Com o resultado, o Atlético-MG subiu para o quinto lugar, com 11 pontos, enquanto o Santos é apenas o 15º, com sete.

O Independência não estava lotado como em outros confrontos do Galo no estádio, parte pela desconfiança da torcida que aumentou após o revés (3 a 1) no clássico diante do Cruzeiro, na última rodada, parte por conta do horário (19h30), bem exigente com o trabalhador.

O fato beneficiou o Santos, que soube controlar a pressão adversária e contou com lance de rara felicidade de Ricardo Oliveira para abrir o placar. Aos 18, o atacante se livrou de Leonardo Silva com lindo drible no meio de campo, avançou e bateu no canto direito.

Se de um lado o Santos proporcionou lance que valia o esforço para prestigiar o jogo, na defesa foi justamente o oposto. Fragilizada e mal posicionada, a zaga facilitou as coisas para o Galo. Aos 27, Thiago Ribeiro cruzou e Werley, revelado no Atlético-MG, tentou cortar de cabeça, mas a bola pegou no joelho e enganou Vladimir.

Foi mais do que o suficiente para que a pressão do estádio, nesta altura bem mais cheio, empurrasse o Galo. Foram diversas chances desperdiçadas pelos mineiros, até que, aos 42, Dátolo recebeu livre na área, dominou e estufou a rede.

O Atlético-MG voltou acomodado para o segundo tempo, como se duvidasse do poder de reação do Peixe. E pagou caro. Aos oito, Victor Ferraz achou Gabriel, que tocou firme para vencer Victor e empatar o jogo.

O que se viu deste momento em diante foi ataque contra defesa. Levir Culpi tentou de tudo e pôs o Galo à frente. O time pressionou, mas encontrou Vladimir em noite inspirada. O goleiro santista evitou o gol em pelo menos três oportunidades.

No fim, o empate não satisfez ninguém. O Galo e Levir foram vaiados ao perderem a chance de se reabilitar. Já o Peixe teve de se contentar com o ponto que arrancou, mas segue na parte de baixo da tabela.

Vladimir acha resultado ruim e Ricardo Oliveira celebra tento

Apesar do comportamento do time em campo, retraído e na busca pelo contra-ataque, o goleiro Vladimir, um dos destaques do Santos no jogo, garantiu que a meta da equipe era vencer o Atlético-MG, mesmo no Independência.
“Não foi o resultado que queríamos, mas a equipe está de parabéns. Sabíamos da dificuldade que é enfrentar aqui o Atlético-MG”, analisou o goleiro.

Quem tinha muitos motivos para comemorar era o atacante Ricardo Oliveira, que marcou um golaço e alcançou a artilharia do Brasileiro, com quatro gols, ao lado de Renato Cajá, da Ponte Preta. “Tive a felicidade de dar belo drible. Aí cara a cara com o goleiro, como manda o figurino, bati forte no canto e acredito ter feito belo gol”, comemorou o atacante.