Funcionários da Mercedes-Benz montaram ontem acampamento em praça localizada no Corredor ABD, no bairro Pauliceia, em São Bernardo. Os manifestantes protestam contra a decisão da empresa, anunciada no mês passado, de demitir grupo de 500 empregados que estavam em lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho).

Segundo Moisés Selerges Júnior, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, foram instaladas 12 barracas no local, e os trabalhadores farão revezamento no acampamento. Ao todo, cerca de 300 pessoas deverão participar. “O principal objetivo é fazer com que a empresa abra negociações e busque uma alternativa contra os cortes.”

O sindicalista garante que o acampamento não será desmontado enquanto a companhia não chamar os trabalhadores para dialogar. “Entendemos que estamos nessa situação de crise, mas a empresa tem que ter paciência para preservar os empregos, até porque a economia é cíclica.”

Em nota, a Mercedes reitera que os cortes foram motivados pela “forte queda de vendas de caminhões e ônibus no mercado brasileiro”. A companhia lembra que, nos dias 29 de maio e 1º de junho, reabriu PDV (Programa de Demissão Voluntária) para que “os envolvidos saíssem da empresa com mais vantagens financeiras”.

Além dos 500 demitidos, o lay-off atinge outros 250 que possuem doenças ocupacionais e que permanecem suspensos até 30 de setembro. A Mercedes informa que a planta ainda possui excedente aproximado de 1.750 pessoas. A fábrica está em férias coletivas até o dia 15.