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Santana é atração em março, no Pacaembu
Dojival Filho
Do Diário do Grande ABC
13/09/2005 | 08:42
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"Pobre México: tão longe de Deus, tão perto dos Estados Unidos". No universo pop, o guitarrista Carlos Santana, que já confirmou shows no Brasil em março do ano que vem, foi um dos que mais questionou essa velha máxima, proferida na década de 30 pelo então presidente mexicano Lázaro Cárdenas. Pioneiro na fusão entre a multicolorida sonoridade latina e a simplicidade do rock, Santana transpôs fronteiras musicais e sublimou todos os preconceitos, promovendo a integração cultural na América do Norte.

Por aqui, os shows estão marcados para os dias 15, em Porto Alegre; 17, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo; e, no dia 18, na Praça da Apoteose, no Rio. A assessoria de imprensa da gravadora Sony-BMG, que representa o músico no país, ainda não tem informações sobre o início da venda de ingressos.

Desde que começou a carreira musical, aos 13 anos, com a banda The Strangers, Santana já buscava unir ritmos latinos com os acordes de blues e rock. No começo dos anos 60, deixou a terra natal, a cidade mexicana Autlan de Navarro, e seguiu com a família para São Francisco, nos Estados Unidos.

Em 1966, nas folgas do trabalho como lavador de pratos, ele ensaiava com sua banda, a Blues Band, que, posteriormente, passou a se chamar apenas Santana. Poucos dias antes de completar 20 anos, fez sua estréia com o grupo nos palcos, no renomado Festival Fillmore West, e no estúdio, como guitarrista convidado do The Live Adventures of Mike Bloomfield and Al Kooper.

Woodstock – Mas foi em 1969 que Santana obteve reconhecimento, quando gravou seu primeiro disco, Santana, que permaneceu por cerca de dois anos nas paradas de sucesso e vendeu pelo menos 4 milhões de cópias. Nessa mesma época, foi um dos convidados do festival de Woodstock onde se consagrou definitivamente. Sua performance em Soul Sacrifice até hoje está gravada no imaginário dos roqueiros.

No ano seguinte, estreou no Montreux Jazz Festival e lançou o antológico Abraxas, que conquistou disco de ouro. No repertório da bolachinha, não faltam canções memoráveis como Oye Como Va e a versão de Black Magic Woman, de Peter Green, fundador do Fleetwood Mac. Em 1972, para delírio dos fãs, dois álbuns são lançados: Fillmore The Last Days, gravado no último show da casa Fillmore West, e Live – Carlos Santana e Buddy Miles. No mesmo ano, conheceu duas figuras importantes em sua vida: Deborah, com quem se casou, e o guru Sri Chinmoy, de quem seria seguidor por nove anos.

Na década de 90, depois de um longo jejum de apresentações em palcos tupiniquins (o primeiro e pouco lembrado show de Santana no país foi promovido nos anos 70, em São Paulo) os brasileiros puderam matar a saudade na segunda edição do Rock in Rio, em 1991.

Supernatural – A reviravolta na carreira de Santana aconteceu em 1999, com Supernatural, álbum que vendeu mais de 10 milhões de cópias e fez com que ele ganhasse nove prêmios Grammy e três Grammy Latino. O músico buscou o diálogo com os mais jovens e convidou para participar do disco Eagle-Eye Cherry, Wyclef Jean, Lauryn Hill, Rob Thomas, Dave Mathews e Everlast, entre outros artistas.

Em 2002, Santana recebeu mais um Grammy pela música The Game of Love, do álbum Shaman. O último trabalho do guitarrista é o disco Ceremony, lançado há dois anos, que recebeu críticas da imprensa especializada por repetir a fórmula comercial dos álbuns mais recentes.

Discografia

Santana (1969)
Abraxas (1970)
Santana III (1971)
Caravansarai (1972)
Welcome (1973)
Borboletta (1974)
Greatest Hits (1974)
Lótus (1975)
Amigos (1976)
Festival (1976)
Moonflower (1977)
Inner Secrets (1978)
Marathon (1979)
Zebop (1981)
Shango (1982)
Beyond Appearances (1985)
Freedom (1987)
Viva Santana (1988)
Spirits Dancing in the Flesh (1990)
Milagro (1992)
Sacred Fire (1993)
Dance of the Rainbow Serpent (1995)
Best of Santana (1998)
Supernatural (1999)
The Essential Santana (2002)
Shaman (2002)
Ceremony (2003)




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