A obra reúne poemas que, em geral, tratam da condição feminina, além de diversas ilustrações criadas pela própria atriz e quase sempre dedicadas a profissionais do meio artístico.
Sutil Felicidade está dividido em três partes: A Frente do Corpo, A Alma do Corpo e As Costas do Corpo. Na primeira, Cláudia expõe seus trabalhos como artista plástica. Para cada um, associa um nome, um trecho de um poema e uma pessoa a quem dedica a criação.
A escritora Ana Maria Moretzsohn, por exemplo, é agraciada com Lógica Sensual, com o trecho que diz: “E eu masculina, feminina/não invejando mais o poder/acabei descobrindo o Ser”.
Mas é na parte batizada com o sugestivo nome de A Alma do Corpo que está a essência da obra. Esta, por sua vez, é subdividida em sete partes: Sonho Não é Vida, A Calma Clama, Nem Loba Nem Ovelha, Abissal Enlace, Rugidos no Casulo, Sutil Felicidade e Tocada.
Com sua linguagem simples e acessível – mas não simplória – Cláudia torna compreensível ao leitor todas as suas inquietações. A princípio, fala de um sonho aterrador, sobrepondo a ele um paralelo com a vida.
Depois, segue com reflexões existenciais. Às vezes, deixa entrever seu pensamento de forma singela, como no delicado poema Mestre Zen, escrito a partir da simples observação das formigas: “Aquela lá, com sua folhona, não desiste/cai sem um ai/se apruma e vai/toda magricela. É nessa aprumada que aprendo com ela”.
Na terceira parte, Cláudia volta a apresentar suas ilustrações, dedicando-as a pessoas como Ignácio de Loyola Brandão, Deborah Colker, Luis Melo e Denise Stoklos. Tudo, enfim, soa como um grande desabafo. E, em muitos deles, é possível encontrar uma identificação. Cláudia, em um de seus poemas, deixa clara sua intenção: “Não faço arte para ganhar dinheiro/faço arte para ganhar alma”.
Sutil Felicidade – Lançamento do livro de Cláudia Alencar, com sessão de autógrafos. Terça, às 19h. Na Fnac – r. Domingos de Moraes, 858, São Paulo. Tel.: 3097-0022. Entrada franca.
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