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Condomínio Barão de Mauá pede intervenção do TJ-SP
Deborah Moreira
Do Diário do Grande ABC
03/07/2010 | 08:40
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Um documento e cerca de 1.000 assinaturas de moradores do Conjunto Residencial Barão de Mauá, em Mauá, serão entregues na próxima semana ao presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Antonio Carlos Viana Santos, pedindo a intervenção dele no caso.

"Estamos apelando para a intervenção dele e de entidades ambientais nacionais e internacionais. Trata-se de um grave crime ambiental, uma tragédia anunciada", disse o advogado José Luiz Corazza, que representa parte dos moradores no processo contra as empresas envolvidas.

Em 2000, após uma explosão que matou um homem e feriu gravemente outro, laudo da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) atestou grande concentração de gases tóxicos e explosivos no solo. O fato levou à descoberta de que os prédios haviam sido construídos sobre um aterro industrial utilizado, entre 1972 e 1993, pela multinacional Cofap, pertencente ao grupo Fiat.

Além dela, são rés no processo: Paulicoop, que comprou o local para erguer o condomínio, construtoras Soma e SQG e a Prefeitura de Mauá, que autorizou o empreendimento. Os imóveis foram adquiridos na planta, com financiamento pela CEF (Caixa Econômica Federal). Questionada sobre o financiamento dos imóveis em área contaminada, a CEF afirmou que "a escolha dos apartamentos não foi da Caixa, mas dos mutuários. Sob o ponto de vista documental não há vícios quanto ao imóvel". Ainda segundo a Caixa, a área não é irregular, "o que existe é uma discussão quanto à poluição do solo."

No fim de março, a Justiça Federal negou revisão dos valores dos contratos de financiamento dos imóveis, solicitada pelo Ministério Público Federal, que recorreu da decisão.

Atualmente, cerca de 7.000 pessoas permanecem no local, aguardando decisão da Justiça, que era prevista para maio. Um novo laudo da Geoklock, contratada pela Cofap, está sendo analisado pela Cetesb. Enquanto nada é decidido, os moradores contabilizam problemas de saúde como câncer, alergias de pele, má formação em bebês gerados no condomínio e até abortos.

Documentário - Para saber mais sobre o caso é possível assistir a trechos do documentário Barão de Mauá, Chernobyl é Aqui, produzido pela cineasta carioca Tatiana Viana, na internet.

 




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