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Lula pede governo mais ousado; Alckmin cita equilíbrio econômico

Ex-presidente mostrou confiança em
Dilma para evoluir em segundo mandato

Fabio Martins
Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
27/10/2014 | 07:01
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Ricardo Trida/DGABC


Após votação, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador reeleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), falaram sobre projeções políticas, com discurso de mudança, demonstrando confiança em seus aliados na disputa ao Palácio do Planalto: a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, e o senador Aécio Neves (PSDB), respectivamente. O petista pediu por “governo mais ousado” da pupila para evoluir em segundo mandato, enquanto o tucano falou em administração com modernidade do correligionário.

Lula votou por volta das 10h30 na EE João Firmino, no Jardim Lavínia, em São Bernardo. Ele apareceu no local ao lado da mulher, Marisa Letícia, e do prefeito Luiz Marinho (PT). Rodeado por dezenas de jornalistas, o ex-presidente sugeriu que Dilma precisaria tirar do papel a propaganda eleitoral de ‘gestão nova, ideias novas’. “Diria, como ela mesma colocou no programa (de horário de TV), que dá para fazer mais do que foi feito neste primeiro mandato a partir de janeiro. É isso o que o povo espera.”

No ar, o ambiente era de incerteza, embora, nos bastidores, petistas citavam que o tracking interno dava diferença de seis pontos percentuais entre Dilma e Aécio. Lula sinalizou que havia esperança de sucesso nas urnas devido à campanha mais madura da afilhada política. “Dilma foi quem mais politizou o debate, discutindo temas nacionais. Por isso, confio que ela ganhou credibilidade”, alegou, citando que o Brasil está “ávido” para alcançar o posto de quinta economia no mundo e descartando qualquer chance de golpe. “Não vejo risco.”

O ex-presidente citou que será necessário “aprendizado de convivência” com o Congresso Nacional. Segundo Lula, a negociação com 28 partidos representados na ‘nova’ Câmara e Senado ficará mais complicada. “Não é fácil o jogo de montar coalizão com essa quantidade de partidos. Só que é assim que o povo quis que fosse eleito. Em vez de reclamar, temos de começar a pensar como construir engenharia de governabilidade, sem esquecer a relação com a sociedade”, ponderou.

Alckmin, por sua vez, realizou seu voto às 11h30, no colégio Santo Américo, no Morumbi, Zona Sul da Capital, acompanhado da primeira-dama, Lu Alckmin, do candidato a vice-presidente da chapa tucana, Aloysio Nunes, e pelo senador eleito José Serra (PSDB). O governador destacou acreditar na vitória de Aécio ao estimar futuro de “equilíbrio” da administração. “O Aécio já demonstrou ter ampla capacidade administrativa e é isso o que o País precisa para equilibrar suas contas públicas e assim ter governo com mais desenvolvimento, emprego, renda, modernidade, avanços e democratização”, frisou.

A projeção do chefe do Executivo paulista foi compartilhada por Aloysio. “A primeira medida será abrir a caixa-preta do governo e partir para gestão coesa, que garanta o crescimento sólido ao Brasil, com estabilidade e compromisso para todos. E buscar de imediato o controle para a inflação”, argumentou.

Para Serra, a vitória tucana proporcionará outra conquista ao País. “Quando um governo novo se inicia, ele ganha automaticamente crédito de confiança perante os cenários mundial e nacional. Se fosse vitória do PT, não teria nada, pois toda a confiança foi abalada por tantos erros e escândalos. O que vai diferir muito é que o Aécio formará equipe com especialistas técnicos e não apadrinhados políticos, que não sabem governar e confundem o governo com curso supletivo”, considerou.

Os tucanos permaneceram no colégio por 40 minutos, onde distribuíram cumprimentos. Depois seguiram caminhos opostos. Alckmin se dirigiu à ala residencial situada no Palácio dos Bandeirantes para verificar a apuração com a família e Aloysio seguiu para Belo Horizonte para se encontrar com Aécio no comitê mineiro do PSDB. 




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