As previsões dos especialistas do mercado financeiro indicam que a inflação neste mês, apurada pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), será de 0,66%. Esta é a segunda semana consecutiva que a expectativa sobe. Na semana passada, as previsões indicavam para 0,63%.

Os dados são do boletim Focus, publicado ontem pelo BC (Banco Central). O documento reúne opiniões das áreas de previsões de várias instituições financeiras e empresas, que não são do setor financeiro, espalhadas pelo País. Os dados são referentes a sexta-feira, no entanto a autarquia monetária sempre publica o Focus na segunda-feira seguinte à coleta.

A elevação na expectativa para este mês pressionou a previsão anual. Conforme o Focus, é esperado IPCA acumulado em 5,42% neste ano. É a sexta semana consecutiva que os economistas elevam suas previsões. Na semana passada o resultado era de 5,34%. Há um mês, estava nos 5,29%.

Mesmo com as previsões de que a inflação suba, não houve alteração na expectativa para a taxa básica de juros Selic. Há sete semanas consecutivas o mercado espera que este indicador fique acumulado em 12,25% neste ano.

Hoje a Selic está em 10,75% ao ano. Este resultado não muda há quatro reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária do BC). E os diretores da autarquia se reúnem amanhã e quarta-feira para decidir como fica a taxa básica até dia 2 de março, quando haverá outro encontro.

O governo utiliza alterações na Selic para controlar a variação dos preços no País. Com elevações da taxa, é esperado que o crédito encareça e sua procura reduza, o que diminui a demanda interna por produtos e serviços e desacelera o avanço dos preços. Os decréscimos da Selic proporcionariam o contrário, ou seja, alta na inflação.