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Show provoca 17 quilômetros de lentidão em São Bernardo
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
13/12/2010 | 07:25
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Mais uma vez quem seguiu rumo ao Riacho Grande ou Litoral ontem pela Via Anchieta enfrentou horas de congestionamento debaixo de forte calor. O show da cantora baiana Ivete Sangalo, na Estância Alto da Serra, no Riacho Grande, em São Bernardo, foi o principal motivo do tráfego intenso, que às 12h30 chegou ao Km 23 da pista Sul da Via Anchieta, totalizando 17 quilômetros de filas e lentidão. A Polícia Militar informou que eram esperadas pelo menos 18 mil pessoas para o evento.

Segundo a Polícia Rodoviária, às 16h o congestionamento havia baixado para oito quilômetros, chegando ao Km 26.

Um dos pontos mais críticos era o trevo de entrada para o Riacho, tomado por carros que praticamente não andavam.

A equipe do Diário permaneceu no local por uma hora e meia e presenciou diversas irregularidades protagonizadas por jovens alcoolizados, que andavam pelo acostamento e circulavam despreocupadamente entre os veículos.

Em pouco mais de uma hora, a Polícia Militar autuou 60 motoristas apenas em frente à entrada do estacionamento da Estância. As infrações de trânsito mais flagradas pelos policiais foram dirigir falando ao celular, conversão proibida e falta do uso do cinto de segurança.

Quem dirigia rumo à Prainha do Riacho ou região precisou ter paciência. "Estamos parados há quase duas horas. Não sabíamos do show. É sempre um problema quando têm esses shows de domingo. Não há o que fazer", desabafou Cínthia Almeida, que seguia ao Riacho acompanhada pelo pai.

As polícias Militar e Rodoviária, que monitoraram as imediações durante todo o dia, intensificaram a fiscalização na saída do show, ao anoitecer. Blitzes com bafômetros foram espalhadas em pontos aleatórios da Rodovia Índio Tibiriçá e da Via Anchieta para ordenar o tráfego e coibir atos infracionais dos jovens.

HISTÓRICO
Em março deste ano a Justiça condenou a Estância Alto da Serra a fechar as portas por três dias. A ação que originou a punição foi proposta pelo MP (Ministério Público) em 2005. O estabelecimento foi acusado de violar o artigo 258 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), ao permitir a entrada de menores na casa de shows sem alvará que autorizasse a presença desse tipo de público durante os shows lá realizados.

A abertura do processo teve como um dos motivos a morte do estudante Rafael Rogério Dourado, 16 anos, que sofreu uma queda a 150 metros da Estância e teve traumatismo craniano, em 24 de setembro de 2005. Segundo relato de testemunhas, o garoto consumiu bebidas alcoólicas livremente dentro da casa se shows antes do acidente.

Na época, a casa de shows afirmou que proibia a prática e fiscalizava rigorosamente a distribuição e comercialização de bebidas alcoólicas para menores. Após a ocorrência, a Estância chegou a vetar a entrada de menores no show do rapper carioca Marcelo D2, realizado no dia 11 de outubro daquele ano.




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