Cultura & Lazer Titulo Primeira Vez
Social Distortion toca sábado em São Paulo
16/04/2010 | 07:00
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Demorou demais para que Mike Ness, líder e vocalista do Social Distortion, percebesse. A banda seminal do punk norte-americano atravessou 30 anos de álcool e drogas sem pisar no Brasil. A culpa é dele. Ele admite. "O que me arrependo é de não termos viajado mais. Mas antes tarde do que nunca", disse Ness, por telefone. A redenção virá sábado, na Via Funchal (tel.: 2198-7718 ), quando o Social D, para os íntimos, apresentará sua evolução do punk de três acordes para uma bela fusão punk, blues, country e rockabilly pela primeira vez no País.

A turnê começou ontem em Porto Alegre, hoje é a vez do Rio e, no domingo, Curitiba. E Ness enfim vai poder curtir o que classificou como "louca aventura" pelos trópicos e conhecer a fama internacional do "entusiasmado" público brasileiro.

A imagem que mais se aproxima à do líder do Social D é a de um Johnny Cash moderno, um bandleader capaz de compor, mesmo após ter sido quase aniquilado pelo vício em heroína. Suas letras, como as que declama em "Ball and Chain" e "Prison Bound", são histórias bem contadas e relembram os melhores momentos de Cash. "Ele era um grande contador de histórias, ele pintava retratos com suas letras e é o que eu tento fazer", admite.

Como bom punk, porém, ele frisou o que o separa do ídolo do rock norte-americano. "Eu nunca entrei para qualquer religião. Tenho um lado espiritual, mas não fiz isso." Em seguida, Ness avançou para a autocrítica. "Foi por sorte que larguei as drogas. Se eu tivesse dinheiro naquela época (anos 1980) teria morrido."

Ele escapou por pouco. A banda californiana, também, sobreviveu quase que por milagre. O Social D nunca veio ao Brasil porque era difícil manter a coesão do grupo. Foram somente sete discos lançados desde o início da carreira, em 1978, com hiatos de até cinco anos entre as gravações.

Para piorar, em 2000, o baixista Dennis Dannell, colega de escola de Ness, morreu vítima de um aneurisma cerebral aos 38 anos. Naquele momento parecia que a banda iria acabar, mas não foi o que aconteceu. Em 2004, o Social D gravou "Sex, Love and Rock'n'Roll" e acaba de sair do estúdio. O novo disco ainda não tem nome, nem data para ser lançado. Deve ficar para agosto.

O set list brasileiro, informou Mike Ness, vai ter um pouco desse novo álbum. Ele até queria mostrar mais as novas músicas. "Mas não dá para sermos egoístas. São 30 anos de carreira e não posso pensar em um set que não tenha um pouco de tudo", afirmou ele.




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